São Paulo ganha mais um instituto cultural

O Instituto Banespa abrigará o museu e a galeria já existentes. Entre os planos, a escolha de uma sede para espetáculos de dança, teatro e cinema, e ampliação do patrocínio a projetos favorecidos pelas leis de incentivo

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Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo também acaba de ganhar um novo Instituto Cultural, ainda sem sede definida. Desta vez, o Banespa é quem ampliará o acesso ao público dos bens que fazem parte de seu patrimônio e promoverá novas atividades culturais. Criado há 91 anos, o banco tem sua história confundida com a da própria cidade. Haja vista o edifício Altino Arantes, no centro, que se tornou um dos símbolos da vida paulistana e é uma das opções para receber o Instituto. Sob o comando de Gabriel Jaramillo, presidente do Santander no Brasil, o conselho curador do Instituto terá muito a realizar. A primeira missão será conservar os acervos artístico, histórico e bibliográfico já pertencentes ao Museu Banespa. Entre os destaques, está o acervo artístico, que conta com mais de mil quadros, esculturas, fotografias e até tapeçarias. A Galeria Banespa, por exemplo, possui quadros e esculturas de artistas como Di Cavalcanti, Tomie Othake, Calabrone, Francisco Stocker e Manabu Mabe. A biblioteca, que atende cerca de 90 mil pessoas anualmente, possui mais de 36 mil volumes nas áreas de direito, economia, finanças, arquitetura, artes, entre outras. Segundo Miguel Jorge, vice-presidente de Assuntos Corporativos do Banespa, os objetivos do instituto são amplos e vão incluir desde a promoção do desenvolvimento técnico e artístico dos valores nacionais até a produção de CDs, vídeos, filmes, entre outros produtos culturais. Esse conselho será formado por Valéria Zorgno Vorländer, delegada do Ministério da Cultura em São Paulo; Antônio Rudnei Denardi, chefe de gabinete da Secretaria do Estado da Cultura; e Carlos Augusto Machado Calil, diretor do Centro Cultural da Prefeitura de São Paulo. Representando o Banespa, além de Miguel Jorge, estão Herbert Steinberg e Elvaristo Teixeira do Amaral. Haverá ainda uma diretoria executiva que será composta por três representantes. "Estamos no começo ainda, mas nossa intenção é definir o mais rápido possível o nome do diretor-executivo para, a partir daí, começar a definir e pôr em prática os projetos", conta Jorge. Entre os planos, além da escolha de uma sede, que poderá abrigar espetáculos de dança, teatro e ciclos de cinema, está a ampliação do patrocínio a projetos favorecidos pelas leis de incentivo. "O Banespa já investe cerca R$ 5 milhões por ano em projetos culturais, principalmente em cinema; mas nossa intenção é ampliar ainda mais este número", adianta Jorge. "Pretendemos dividir a fonte de orçamento em duas frentes. A primeira a partir da verba do próprio banco; e a segunda por meio das leis de incentivo fiscal." Atrações - Além das novas atividades, o Museu Banespa existe há 35 anos e possui uma exposição permanente aberta ao público. Tombados pelo Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo, os edifícios Patriarca e Altino Arantes já abrigam as principais obras de arte. Adquirido em 1968 para decorar a sala da Presidência do edifício Altino Arantes, o quadro Sonho de Princesa, de Manabu Mabe, foi a primeira obra a compor o acervo do museu. Ao longo dos anos, o acervo histórico-documental do Banespa foi sendo enriquecido graças a verdadeiras pesquisas de campo em agências, departamentos e prédios que eram vendidos ou adquiridos pelo banco. Atualmente, possui mais de 30 mil documentos de textos catalogados e 7 mil informatizados, 86 mil documentos inconográficos, além de objetos históricos, mecanografia bancária, cédulas, moedas e móveis. O acervo artístico foi sendo formado por obras compradas doadas ou utilizadas na liquidação de dívidas. Hoje, essas relíquias podem ser conhecidas pelo público. Quem visita o edifício Patriarca (Rua Dr. Falcão Filho, 56) pode conferir a exposição permanente Banespa 90 Anos, composta por móveis e objetos antigos, quadros, entre outros. No 14.º andar do mesmo prédio, a atração é o Jardim Walter Galera, que possui uma infinidade de espécies de plantas, flores e árvores. "O jardim é muito procurado. Recebemos cerca de 400 visitas por mês", conta Luiz Barros Braga, um dos coordenadores do museu. Outra atração já tradicional é a torre do edifício Altino Arantes (Rua João Brícola, 24), no 34.º andar, a "Torre do Banespa". "Recebemos mais de 3,5 mil visitantes por mês", conta Braga. As visitas podem ser marcadas pelo telefone 11--248-1135.

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