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São Paulo ganha em março novo centro cultural

Instalado no centro da cidade, Centro Cultural Banco do Brasil terá auditório, sala de vídeo, galerias para exposições, sala de informática e leitura, teatro, bar, cyber café, entre outros atrações

Por Agencia Estado
Atualização:

A partir do próximo ano, a capital paulista será incluída num dos principais circuitos culturais do País. Em março, será inaugurado, na esquina da Rua Álvares Penteado com a da Quitanda, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB-SP). A versão paulistana da bem-sucedida iniciativa, criada há 11 anos no Rio e que foi estendida a Brasília este ano, consolida a posição do Banco do Brasil como um dos maiores investidores em cultura do Brasil. Em 1999, a instituição gastou R$ 20,3 milhões na realização de mais de 70 eventos culturais. Este ano, com os dois novos centros, a previsão é mais otimista: os investimentos devem chegar a cerca de R$ 30 milhões. Só para manter a programação do CCBB-SP, serão aplicados R$ 6 milhões por ano. No Rio, a manutenção do centro cultural chega a consumir cerca de R$ 15 milhões anuais, segundo Cláudio Vasconcelos, gerente de comunicação mercadológica do banco. "O atuação cultural do Banco do Brasil vai contar com quatro braços: os centros do Rio, de Brasília, de São Paulo e o circuito cultural", explica Vasconcelos. O circuito, criado ano passado, é uma espécie de centro cultural itinerante, que leva a outros Estados eventos como exposições e shows. O dinheiro dos ingressos e os alimentos trocados por entradas são doados para instituições de caridade de cada Estado. "Este ano, já foram arrecadados R$ 400 mil e 35 toneladas de alimentos", informa o executivo. Para manter o circuito, o banco gasta cerca de R$ 4 milhões. Vasconcelos garante que o Banco do Brasil está entre os três maiores investidores em cultura do País, apesar de aparecer no oitavo lugar no último ranking de empresas divulgado pelo Ministério da Cultura. "Isso não é a realidade, porque a lista leva em consideração empresas que utilizam a Lei Rouanet, o que não é o caso do Banco do Brasil, que tem crédito tributário, isto é, não precisa pagar o valor total do imposto de renda até sanar dívidas anteriores", esclarece o gerente. "Quase todos os investimentos em cultura saem diretamente do caixa da instituição." A criação dos dois novos centros culturais foi, para Vasconcelos, uma expansão natural de uma iniciativa que deu certo e serviu de exemplo para outras instituições financeiras. "São Paulo é a maior praça cultural do País e Brasília é uma cidade com carência de espaços desse tipo e uma grande oferta de produções culturais", argumenta ele. Centro paulistano - A inauguração do CCBB-SP, que vai ocupar o prédio em estilo neoclássico construído em 1901 e adquirido pelo banco em 1923, foi adiada por causa dos problemas estruturais encontrados na construção durante as reformas, cujo orçamento é de R$ 8 milhões. Segundo a futura diretora do centro Jussara Silveira de Andrade Guedes, foi preciso fazer um reforço estrutural onde será o pé-direito do teatro. "Só agora começou a fase de restauro do local, por isso ainda não temos uma data definida para inauguração", explica Jussara. Mas o que importa é que São Paulo finalmente vai receber uma iniciativa que levou, no ano passado, 1,4 milhão de pessoas aos eventos promovidos pelo CCBB carioca, entre eles o Anima Mundi, festival de animação realizado desde 1993 no local. A importância do CCBB já foi reconhecida pelo Projeto Estadão Cultura com a conquista, em 1998, do Prêmio Multicultural Estadão, na categoria fomentador cultural. Na capital paulista, as diretrizes que regem a programação serão as mesmas do Rio. A seleção de projetos para compor a grade de programação, porém, terá prazos diferentes. As inscrições para o CCBB-SP terminam em setembro. Apesar de seguir políticas semelhantes, os três centros não terão, necessariamente, a mesma programação. "Há vocações diferentes em cada cidade, por isso estamos conversando com pessoas do meio cultural paulistano para discutir eventos que poderiam suprir carências e desejos do meio artístico", conta Jussara. Foram ouvidos representantes das áreas de artes cênicas artes plásticas, música, literatura, cinema e vídeo e arte-educação. "O resultado das conversas mostraram o acerto da decisão em ouvir essas pessoas." O meio cultural paulistano terá à disposição um local com dimensões generosas para a difusão e discussão da arte. O Centro Cultural Banco do Brasil terá três andares funcionais, além de subsolo, térreo, mezanino e pisos superiores com áreas administrativas. A exemplo do Rio, detalhes arquitetônicos do prédio foram preservados e adaptados para os novos espaços. O local terá auditório com 87 lugares, sala de vídeo, galerias para exposições, sala de informática e leitura, teatro com 135 lugares com camarins, bar, cyber café, entre outras atrações. A instalação do CCBB no centro da cidade insere-se ainda no esforço de revitalização da região, que sofreu um voraz processo de degradação nas últimas décadas. "O Rio foi precursor nesse sentido, valorizando o centro; esperamos repetir isso aqui", informa Jussara.

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