PUBLICIDADE

Samba da Vela faz 10 anos em SP e prepara novo CD

Por AE
Atualização:

É uma festa, mas bem poderia ser chamada de ritual. Que roda de samba é essa, em que só se bebe água, não há conversa paralela ("pode acompanhar, pode cantar, só não vale atrapalhar!"), participantes só cantam sambas inéditos de compositores anônimos e cujo final é decretado, sem espaço para reclamação, pelo apagar da chama de uma vela?Há exatos dez anos começava em Santo Amaro, na zona sul da capital, uma tradição que inspirou dezenas de rodas de samba na cidade e em todo o País - o Samba da Vela, evento que reúne entre cem e 300 fãs-seguidores toda segunda-feira no Centro de Cultura de Santo Amaro, para batucar enquanto durar a chama. Entre 21 horas e 23h30, o público canta junto, num coro afinado e respeitoso, as composições de sambistas desconhecidos, moradores da comunidade que, não fosse a cantoria ao redor da vela, continuariam inéditas. Às vezes, os instrumentos param e se ouvem apenas vozes e palmas."Mais de 300 compositores apresentaram suas obras no Samba da Vela. Ouvir o coro cantar seu samba aumenta a autoestima, fortalece a união que mantém o grupo até hoje", define um dos fundadores do grupo, o técnico em telefonia José Alfredo Gonçalves Miranda, o Paqüera, que em 17 de julho de 2000 criou a comunidade com o sambista José da Cruz, o Chapinha, e os irmãos Magnu Sousa e Maurílio de Oliveira. "Sem o Samba da Vela, a semana começa manca. Não há chance de essa chama apagar tão cedo."As comemorações do décimo aniversário começam hoje, com o evento "Samba da Vela 10 anos", no próprio Centro de Cultura de Santo Amaro. Em agosto, a vela será acesa no centro, sob do Viaduto do Chá. Para dezembro ainda está previsto o lançamento do segundo disco da Comunidade Samba da Vela. A exemplo do primeiro, lançado em 2005, o novo CD será composto por sambas inéditos, de compositores que apresentaram canções pela primeira vez ao redor do fogo da vela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Samba da Vela - Casa de Cultura de Santo Amaro (Praça Francisco Ferreira Lopes, 434). Tel.: 5522-8897. Toda 2ª, às 20h30. R$ 5 (Opcional).

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.