Salles na estrada

Inspirado em Jack Kerouac, On the Road estreia hoje em São Paulo depois de dividir opinião dos críticos

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Por Luiz Carlos Merten
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Belo, mas sem alma. Falta o batismo da sarjeta. São algumas das críticas feitas à adaptação, por Walter Salles, do livro cult de Jack Kerouac, On the Road. Batizado como Na Estrada - a tradução de Eduardo Bueno recebeu outro título no País, Pé na Estrada -, o filme tem dividido a crítica desde que estreou no Festival de Cannes, realizado em maio. Há os que gostam muito, os que gostam pouco e os que não gostam nada. Salles não chega a se abalar com isso. Ele lembra que filmes só se completam no espectador e que obras essenciais do cinema foram mal acolhidas, enquanto filmes medíocres se converteram em êxitos extraordinários. Mas ele deixa subentendido o carinho que tem pelo filme que estreia hoje.Ao longo de sua carreira, desde A Grande Arte, de 1991, e já antes, em suas incursões pela televisão, com documentários que marcaram época, Salles virou sinônimo de cinema de estrada. Não admira que Francis Ford Coppola, produtor de Na Estrada - por meio de sua empresa Zoetrope, associada à francesa MK2 -, o tenha chamado para projeto tão grande. Desde sua publicação, em 1958, o livro de Jack Kerouac virou referência de uma geração que, na década seguinte, iria se rebelar contra o establishment. Uma nova moral, liberdade de ser e sentir, sexo, drogas e bebida. Tudo está, ou passa, pelo livro farol de Kerouac, cuja musicalidade do texto está ligada ao jazz.

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