Saiba o que acontece nos bastidores de Ídolos, do SBT

A maior aposta de Silvio Santos no ano está na sua reta final e enxerga a retomada da boa audiência com o final da Copa do Mundo e de Belíssima (na quarta-feira, o programa deu um salto dos 10 pontos habituais para 15 de média)

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Por Agencia Estado
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Vanessa Oliveira está afoita nos camarins após sua apresentação diante dos jurados e da platéia. "Eu fui bem, Miranda?". "Foi sim, você me surpreendeu hoje", diz o barbudo. Assim como a menina de Guaratinguetá, os outros três candidatos de mais uma etapa final de Ídolos rebolam entre o clima de apreensão e alívio. A maior aposta de Silvio Santos no ano está na sua reta final e enxerga a retomada da boa audiência com o final da Copa do Mundo e de Belíssima (na quarta-feira, o programa deu um salto dos 10 pontos habituais para 15 de média). Para as 370 pessoas que acompanham a gravação na quarta-feira, nos estúdios do SBT (noite que antecede mais uma eliminação), os números do ibope pouco importam. Pais, amigos e fãs apenas querem torcer e ver seus favoritos de perto. Os cinco familiares de cada um deles - escolhidos pela produção e com direito a passagem de avião e estadia em um hotel no centro da cidade - aproveitam para tirar uma casquinha no pouco tempo reservado entre candidatos e família, logo após o programa ser gravado. O apego é justificado: os finalistas estão confinados há dois meses e pouco sabem do quanto as famílias têm vivido o sonho de "ganhar na loteria" através do triunfo de seus rebentos. "Quando o Lucas voltou a Medianeira (cidade do Paraná com 40 mil habitantes), a polícia teve de fazer um cordão de isolamento, tamanha era a gritaria", diz Isolaine Polleto, 39, mãe do menino. Dona de um salão de cabeleireiro, Isolaine arquitetou uma estratégia para fazer com que seu filho permaneça no programa. Troca camisetas de Lucas por cartões telefônicos. "Os orelhões ficam lotados depois das eliminatórias. A cidade está vivendo para o programa", fala orgulhosa. Leandro, o favorito dos jurados O pai do carioca Leandro Lopes, o aposentado Alexandre Matos, 56, também bancou do próprio bolso os souvenirs com a estampa de seu filho. Por R$ 12, vende nas imediações de Santíssimo, bairro próximo a Bangu, camisetas, adesivos e cartazes. "Vendi muitas camisetas com o nome e a foto do Leandro", exalta. Com a ajuda da mãe, da filha e da namorada do "Pica-pau", Seu Matos contabiliza 1 mil peças de roupa faturadas. Enquanto a conversa aproxima-se de seu fim, os jurados se aconchegam em seus postos. O comentário fora das câmeras é ácido. "Vou ficar com o meu fone de ouvido o programa inteiro. Quero distância desse repertório", fala Miranda. Thomas Roth coloca mais lenha na fogueira: "Com essas músicas vai ser difícil sair alguma coisa que presta", espeta. Já Cyz é a mais alegrinha deles, assim como os apresentadores Beto e Lígia, que sorriem durante toda a gravação. Os jurados só são unânime quando apontam o vencedor: Leandro é o favorito deles. Enquanto continuam a vociferar contra a escolha das canções com "raízes brasileiras", o irmão de Vanessa, Lucinho, 27, vê toda essa "bagunça" com olhos embaçados. "Não estamos preparados para a fama, mas hoje, eu que era desempregado trabalho com a minha irmã." Nesse momento, assistentes de palco começam a pedir o silêncio da platéia. Meninas com seus 15 anos, saídas das caravanas de Pirituba, Mauá e Vila das Mercedes aprontam suas máquinas digitais e preparam a garganta. As famílias são colocadas nas primeiras fileiras, vestindo camisetas confeccionadas por um dos patrocinadores do programa, sem saber quem será vencedor e vencido. "Estamos aprendendo. É apenas a primeira temporada", filosofa Arnaldo Saccomani. O saldo, para todos os envolvidos, parece ser dos mais positivos.

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