Saia-justa entre Globo e Record

O bate-boca entre o diretor de jornalismo da Globo São Paulo, Amauri Soares e o âncora da Record Boris Casoy, no 1.º Encontro Internacional de TV, hoje, no Rio

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Por Agencia Estado
Atualização:

Saia-justa no segundo dia do 1.º Encontro Internacional de TV, hoje, no Rio. Na abertura da mesa Telejornalismo e Formação de Opinião, às 10 horas, o diretor de Jornalismo da Globo São Paulo, Amauri Soares, manteve um debate mais do que acalorado com Boris Casoy, âncora da Record. Diante de uma platéia de empresários e estudantes de Comunicação, Soares discutia a isenção do jornalismo na TV. Para ele, só tem cobertura independente a emissora cuja fonte de renda venha só de anunciantes. "A Globo é a única que sobrevive exclusivamente de intervalos comerciais", disse. Casoy, até então, não se abalara. Pegou a palavra e, ao fim de sua palestra, alfinetou, educadamente: "Gostaria de lembrar que minha emissora vive também de anunciantes, tem lá suas ligações com a igreja Universal, do mesmo jeito que a Globo tem com bancos e fundações." Soares esperou, polidamente. Quando Casoy terminou de falar, pediu o microfone: "Quero lembrar que há processos contra a Record que investigam o uso de dinheiro da igreja na compra de emissoras." A temperatura, então, subiu. Casoy: "E como a Globo comprou tanta coisa e construiu seu império? Há vários processos contra a emissora por motivos similares." Soares: "A Globo não tem dinheiro que vem de sacolinha de igreja." Casoy: "Mas vem de outras sacolinhas." Sidney Resende, representante das Organizações Globo que mediava o debate, tentou contornar a situação, sob aplausos de um público favorável a Casoy. Até que o jornalista Eugênio Bucci comentarista da mesa, interveio. "Essa discussão não é para rir", lembrou à platéia. "O que foi dito aqui é muito sério: que há informações sobre os tráficos de influência que envolvem a TV, denunciado nesta mesa tanto por Record como Globo."

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