Ruth Rocha e Hilda Hilst ganham Prêmio Santista

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Por Agencia Estado
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Pela primeira vez, duas mulheres foram contempladas pelo Prêmio Moinho Santista, que este ano, em sua 47ª edição, teve como foco a área de Letras. O Grande Júri, reunido ontem no Tribunal de Justiça de São Paulo, no centro, elegeu as escritoras Hilda Hilst e Ruth Rocha nas categorias poesia e literatura infantil, respectivamente. "São as mulheres derrubando preconceitos", disse o presidente do Conselho Administrativo da Fundação Bungue, Miguel Reale. É a primeira vez que a categoria literatura infantil faz parte da premiação. Além delas, foram eleitos na categoria juventude os escritores André Mendes, em literatura infantil, e Ana Paula Costa de Oliveira, em poesia. Na categoria principal, cada eleita vai receber R$ 70 mil, e na juventude, R$ 30 mil. Os prêmios serão entregues no dia 26 de setembro. Surpresa, Ruth Rocha nem sabia que era uma das indicadas para o Moinho Santista. "Foi o prêmio de que mais gostei na vida; nem sabia que estava concorrendo", disse. Ela soube da premiação por Reale. "A criação da categoria literatura é muito importante, porque éramos vistos como uma literatura menor, a irmã pobre da literatura", comentou a escritora, autora de ícones da literatura infantil, como Marcelo, Marmelo, Martelo e Reizinho Mandão. Assim que a eleição terminou, Hilda Hilst recebeu um telefonema. Era a amiga Lygia Fagundes Telles dando os cumprimentos. Duas vezes vencedora do Prêmio Jabuti, em 1984 e 1994, com Cantares de Perda e Predileção e Rútilo Nada, Hilda se expressa com prosa poética e essencialmente filosófica. Retribuição Para o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, o prêmio é uma forma de retribuir a contribuição das autoras para a literatura brasileira. "São duas excelentes escritoras, minhas amigas, e têm influência direta na melhora da educação e do nível literário no Brasil", disse o ministro, que fez parte do Grande Júri, formado por 50 componentes. Criado em 1955 para comemorar os 50 anos da fábrica Moinhos Santista, o prêmio é de responsabilidade da Fundação Bungue, entidade sem fins lucrativos. Anualmente, quatro personalidades são homenageadas: duas pela importância do conjunto de seus trabalhos e duas, na categoria juventude, pela defesa de teses, apresentação de dissertações ou destaque em seu campo de atividade. A cada ano é escolhida uma área do conhecimento humano. Os candidatos não são inscritos, mas indicados pelas principais universidades e entidades científicas e culturais do País.

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