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Russos ligados ao Kremlin são banidos da Bienal de Veneza

Evento disse em nota que não vai negar a entrada de artistas que discordam da guerra, independentemente da origem

Por AFP
Atualização:

A Bienal de Veneza, uma das principais instituições culturais da Itália, anunciou nesta quarta-feira (2) que vai negar a participação em todos os seus eventos de pessoas ligadas ao governo russo como um gesto de protesto contra a invasão da Ucrânia

"A Bienal rejeita, enquanto esta situação persistir, qualquer forma de colaboração com aqueles que implementaram ou apoiam um ato de agressão de gravidade sem precedentes", alertou, referindo-se à invasão russa da Ucrânia.

Visitante olha a escultura "Aso Oke" parte da instalação "Liberty" do artista Martin Puryear, durante a 58ª Bienal de Arte Contemporânea de Veneza Foto: Antonio Calanni / AP 

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"Por isso, não aceitará a presença de delegações oficiais, instituições e personalidades ligadas ao governo russo em suas manifestações", disse a entidade em comunicado. A Bienal, fundada em 1895 e subsidiada pelo governo, organiza todos os anos uma série de importantes exposições internacionais de arte, entre as mais prestigiadas do mundo, além de arquitetura e o Festival de Cinema de Veneza

No comunicado, a Bienal ressalta que não discriminará artistas de acordo com o país de origem, mas sim aqueles que aprovam ou colaboraram com atos que vão contra a convivência pacífica dos povos.  "Para aqueles que se opõem ao atual regime na Rússia, sempre haverá um lugar nas exposições, da arte à arquitetura, bem como em seus festivais, do cinema à dança, passando pela música e pelo teatro", diz o comunicado. 

O vazio já foi utilizado na Bienal de Veneza em 1993, no pavilhão alemão Foto: The Economist

O curador e os artistas selecionados para o pavilhão russo na Bienal de Arte de Veneza renunciaram na terça-feira em protesto contra a invasão russa da Ucrânia, um gesto que as autoridades venezianas elogiaram por "sua coragem".Os organizadores asseguraram ainda no comunicado que "estão colaborando e vão continuar a colaborar" para garantir a presença dos artistas e curadores do pavilhão ucraniano da Bienal de Arte, que abre em 23 de abril. "Estamos fortemente comprometidos com isso, apesar da trágica situação na Ucrânia", enfatizaram. 

Como outras instituições culturais europeias, incluindo o Teatro La Scala de Milão, a Bienal de Veneza exige que os artistas participantes de seus eventos condenem a invasão russa da Ucrânia. "A Bienal de Veneza não fechará a porta para aqueles que defendem a liberdade de expressão e se manifestam contra a ignóbil e inaceitável decisão de atacar um Estado soberano e sua população indefesa", destacou.

Um total de 80 países participarão com pavilhões próprios. Sob o lema "O leite dos sonhos", com curadoria da italiana Cecilia Alemani, a exposição, que será encerrada em 27 de novembro de 2022, também exibirá obras de 213 artistas convidados de 58 países, com 1.433 mostras.

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