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Rushdie diz que governo estadual indiano não permitiu sua ida a Calcutá

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Por Redação
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O escritor britânico Salman Rushdie acusou autoridades locais indianas nesta sexta-feira de tornar impossível sua visita à cidade de Calcutá para promover a adaptação cinematográfica de seu romance "Os Filhos da Meia-Noite". Na quarta-feira, Rushdie, cujo livro "Os Versos Satânicos", de 1988, é proibido na Índia por causa do modo como representa o Islã, abandonou os planos de participar de um evento de divulgação na cidade do leste do país, depois que cerca de 100 manifestantes se reuniram em frente ao aeroporto local. Em comunicado, Rushdie disse ter sido informado de que a polícia iria recusar-lhe a entrada e que a decisão foi a mando do ministro-chefe do Estado de Bengala Ocidental, Mamata Banerjee. O escritor, nascido na Índia, não especificou quem lhe deu essa informação. Segundo Rushdie, uma fonte da polícia havia divulgado à mídia detalhes da visita que ele planejava fazer ao país. "Isso foi um claro convite aos baderneiros para que fizessem o pior, e cerca de 100 pessoas apareceram no aeroporto para se opor à minha chegada. Não posso deixar de sentir que isso também era uma parte do plano das autoridades", disse ele. O governo de Bengala Ocidental reiterou sua posição de que não estava a par dos detalhes sobre a visita do autor. O comissário conjunto da polícia em Calcutá, Javed Shamim, se recusou a comentar o assunto. Rushdie disse que tinha planos de participar da Feira Internacional do Livro de Calcutá e que fora convidado pelos organizadores para aparecer no evento como um "convidado surpresa". O secretário-geral honorário do Grêmio dos Editores e Livreiros, Tridib Chatterjee, que organiza a Feira do Livro de Calcutá, negou ter convidado Rushdie. Rushdie chegou à capital Nova Délhi em 22 de janeiro e participou da pré-estreia do filme em Mumbai, na quinta-feira. Depois, deixou o país. (Reportagem de Sujoy Dhar, em Calcutá; e de Sircar Subhadip, em Mumbai)

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