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Rumos da arte contemporânea

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro Universitário Maria Antonia inaugura outras quatro mostras individuais que evidenciam, na prática, como são amplos os domínios da arte contemporânea. Os selecionados para as primeiras exposições do ciclo de eventos de 2003 são: Ana Paula Oliveira, Eliane Prolik, Paulo d´Alessandro e Renato Madureira. Trata-se de uma mostra paralela à de Antonio Lizárraga, Explorando questões, materiais e conceitos bastante distintos, os quatro ocupam de maneira interessante e diversificada o espaço do Centro Maria Antonia. A curitibana Eliane Prolik, que realizou mostra individual na cidade em 98 e esteve presente na última Bienal de São Paulo, exibe três diferentes trabalhos, que se unem numa mesma ação de construção escultórica no espaço, formando o que a artista chama de "acontecimento plástico". Trata-se sobretudo de uma investigação formal de materiais apropriados do cotidiano (ela parte de elementos de desenho semelhantes aos utilizados em utensílios de cozinha, como cabos de panela) e reconstrói com eles um exercício formal de provocação do olhar. Ana Paula, a mais jovem dentre os artistas, também parte para uma relação de exploração do material - no caso, a graxa - numa referência a Beuys. Os outros dois jovens artistas, situados no piso inferior (2.º andar), parecem estabelecer um diálogo um pouco mais concreto. Apesar de Madureira trabalhar com a escultura e com o desenho e D´Alessandro ser um fotógrafo, os dois lidam em seus trabalhos com questões como a precariedade, com as idéias de construção e destruição. Madureira lida com enormes fitas de aço - já meio corroídas pela ferrugem -, que torce e movimenta com simplicidade impressionante. Também há na produção do artista mineiro interessante sincronia entre o desenho - que literalmente esculpe na parede - e a escultura. "O Amílcar (de Castro) disse certa vez que quando faço escultura, eu desenho. E que quando eu desenho, faço escultura", resume ele. Já D´Alessandro, que vem participando intensamente do circuito de exposições paulistano, dá continuidade a sua pesquisa de superposição de imagens, associando o risco do aleatório a um comentário cada vez mais evidente sobre a impossibilidade de referências sólidas e estáveis no nosso mundo contemporâneo. Serviço - Ciclo Maria Antonia. De segunda a sexta, das 12 às 21 horas; sábado e domingo, das 9 às 21 horas. Centro Universitário Maria Antonia. Rua Maria Antonia, 294, São Paulo, tel. 3255-5538. Até 16/3

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