PUBLICIDADE

Roteiristas nos EUA decidem entrar em greve

Por STEVE GORMAN E JILL SERJEANT
Atualização:

O sindicato que representa os roteiristas norte-americanos convocou na sexta-feira uma greve contra os estúdios de cinema e as empresas de televisão a partir de segunda, o que dá aos envolvidos mais dois dias para buscar um acordo contra a pior crise em 20 anos na categoria. Venceu nesta semana um contrato de três anos que valia para os 12 mil membros da Liga dos Escritores da América (WGA). Há meses o sindicato reivindica uma maior participação dos roteiristas no faturamento de DVDs e na difusão dos programas pela Internet. A comissão negociadora do sindicato foi unânime em sugerir a greve durante a agitada assembléia de quinta-feira à noite, e no dia seguinte a direção da WGA ratificou a recomendação. Não há novas conversas marcadas com os estúdios, mas os sindicalistas disseram em entrevista coletiva que ainda há tempo para evitar esse confronto trabalhista potencialmente devastador para o setor de entretenimento. "Pedimos aos estúdios que voltem e negociem de maneira justa", disse Michael Winship, presidente da WGA Leste. O sindicato disse que a greve vai começar às 5h de segunda-feira (0h na Costa Oeste dos EUA), e que haverá piquetes em Los Angeles e Nova York. A Aliança de Produtores de Filmes e Televisão, que negocia em nome dos estúdios, disse em nota na noite de quinta-feira não ter se surpreendido com a convocação de greve. "Estamos prontos para nos encontrar e preparados para fechar este contrato no fim de semana", disse Nick Counter, presidente do grupo. A última grande greve de Hollywood foi promovida também pela WGA, em 1988, e durou 22 semanas, adiando o início da temporada de TV e custando cerca de meio bilhão de dólares ao setor. O economista Jack Kyser, de Los Angeles, disse que uma greve da mesma duração desta vez provocaria pelo menos 1 bilhão de dólares em prejuízos. Inicialmente, o público pouco notaria a greve, já que os grandes estúdios têm roteiros em quantidade bastante para o ano de 2008 inteiro, e os produtores de séries de TV supostamente já têm suficientes episódios gravados até janeiro ou fevereiro. Mas os programas do fim de noite, como talk shows, sairiam do ar quase imediatamente, pois dependem de um fluxo praticamente constante de textos com piadas sobre a atualidade.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.