Rosa Chá mostra versão cool do Brasil

O desfile deixou boa impressão entre as quase mil pessoas que acompanharam o evento, na noite de quinta-feira nas tendas do Bryant Park

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Por Agencia Estado
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O primeiro grande desfile brasileiro da Semana de Moda de Nova York conseguiu mostrar uma versão cool do País. A Rosa Chá apostou em uma produção convincente para persuadir o mercado internacional de que nem só de micro-biquínis vive o beachwear da América do Sul. O movimento deixou boa impressão entre as quase mil pessoas que acompanharam o evento, na noite de quinta-feira nas tendas do Bryant Park. O timing para a entrada da Rosa Chá na cena fashion nova-iorquina não poderia ter sido melhor. A onda brasileira na moda, impulsionada por Gisele Bündchen e suas colegas, e na música, que tem muito o que agradecer a Bebel Gilberto, transformaram a atitude cool do País em um dos assuntos preferidos de revistas, jornais e TVs americanas. A Rosa Chá acerta também ao escolher Nova York para seu primeiro lançamento pelo fato de que a cidade é o centro mundial da moda comercial. Este ano, as atenções voltaram-se também para marcas de outros países pelo caráter "internacional" da Semana de Moda que nas últimas temporadas não tem conseguido atrair para sua programação oficial os nomes mais conhecidos da cena fashion americana. Mas o que mais tornou a Rosa Chá um evento "imperdível" para a imprensa americana foi a possibilidade de uma comparação com os eventos da marca de lingerie Victoria´s Secret, acompanhada por todas as formas de mídia e público por conta das curvas perfeitas (sempre muito à mostra) das modelos. Rumores de que várias delas apareceriam de top less na passarela espalharam-se pelos jornais (só uma delas apareceu com os seios à mostra, arrancando aplausos contidos da platéia). A grife de Amir Slama, que está sendo vendida em 80 pontos nos Estados Unidos, de acordo com ele, saiu-se bem em seu primeiro teste beneficiado pelo clima de novidade. Com um casting que contou com mais de 20 modelos brasileiras (incluindo as tops internacionais Adriana Lima, Caroline Ribeiro, Fernanda Tavares e Raquel Zimmerman), a marca conseguiu refinar os conceitos mais obviamente associados ao Brasil. A coleção (mostrada anteriormente no MorumbiFashion) busca inspiração em Carmem Miranda, o mais forte ícone do País nos Estados Unidos (as cenas mais famosas da estrela apareciam em um telão nos fundos), mas promove uma nova embalagem, graças à ótima trilha sonora eletrônica mixada pelo DJ e produtor Xerxes, com vocais de Pedro Camargo Mariano. Nas roupas, os mais conhecidos símbolos brasileiros: sungas e biquínis com estampas de banana, caju e outras frutas tropicais; padronagem com o tema South American Way; grandes flores coloridas e as onipresentes referências a Emilio Pucci. Tudo usado com certa criatividade. Onde a Rosa Chá acerta (e ganha a simpatia do público internacional) é nas formas. Os tops mais criativos têm fendas na parte inferior dos seios, em efeito para lá de sexy e nada vulgar, enquanto as partes de baixo podem ser grandes sem perder a delicadeza. Para os meninos, as sungas também podem ser retrô, sem deixar de realçar as formas. O que não chega a empolgar são as peças que complementam os looks, como sarongues estampados, tops de babados, calças tipo pijama e camisas. Embora não cheguem a comprometer, não carregam uma personalidade muito forte.

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