Roger Moore desaprova James Bond mais violento

PUBLICIDADE

Por STEVE JAMES
Atualização:

Roger Moore acha que o público do cinema atual espera cenas de violência explícita nos filmes de James Bond, diferentemente de quando ele próprio representou o superespião com toques de humor irônico. "Fico feliz por ter feito Bond, mas triste porque o papel ficou tão violento", disse Moore antes da estréia de "007 Quantum of Solace", com Daniel Craig no papel de um Bond mais sombrio, na América do Norte, na sexta-feira. "Isso condiz com o espírito dos tempos, é o que o público parece querer, e as bilheterias confirmam", acrescentou Moore à Reuters, em entrevista sobre sua autobiografia, "My Word is My Bond". O novo 007 estreou em Londres em 31 de outubro e quebrou o recorde de bilheteria britânica no fim de semana, com vendas de 25 milhões de dólares. O filme já rendeu 106 milhões de dólares em bilheteria mundial. O filme também estreou em 1o lugar nas bilheterias do Brasil. Moore, de 81 anos, lembrou que ficou chocado com a violência em "007 Na Mira dos Assassinos", de 1985, seu último filme como James Bond. Em seu livro, Moore comenta seu repúdio às armas, que começou na adolescência, quando levou um tiro de espingarda de chumbinho na perna, disparado por um amigo. Ele ainda não viu "007 Quantum of Solace", mas, a julgar pelo primeiro filme de Daniel Craig como Bond, "007 Cassino Royale", ele acha que este também fará sucesso na América do Norte. "Daniel já fez um Bond, ele atuou em 'Munique'. Ele já fez muita coisa, mas depois de um filme como Bond, ele passa a ser Bond. É só disso que precisa." Indagado sobre seu próprio legado de ator, conhecido sobretudo por fazer 007 e por seriados de TV como "The Saint" e "The Persuaders", ao lado de Tony Curtis, Moore respondeu: "Eu adoraria ser lembrado como um dos grandes Lear ou Hamlet. Mas como isso não vai acontecer, fico feliz por ter feito James Bond." Seu livro é repleto de anedotas sobre Hollywood e as estrelas com quem trabalhou, como Vivien Leigh, Mae West e Lana Turner. Filho único de um policial londrino, ele conta no livro sobre como cresceu antes e durante a 2a Guerra Mundial, sobre ser levado para viver no campo durante a guerra, sobre os ataques aéreos e sobre seu primeiro emprego com uma empresa de filmes de animação. Quando ele foi convocado para prestar serviço militar, a guerra já terminara, mas ele serviu como oficial na Alemanha ocupada pelos aliados, onde acabou no regimento de entretenimento do Exército. Foi assim que entrou para o show business, além do fato de ter se casado com a cantora britânica Dorothy Squires.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.