Rodolpho Parigi

Destaque de uma geração que vem colocando a pintura em alta, o artista cria obras de cores vibrantes e mostra sua série de ''magentas'' em São Paulo

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Por Camila Molina
Atualização:

Você expõe até dia 18 Atraque, sua segunda individual na Galeria Nara Roesler, com pinturas, desenhos e até uma escultura. São todas obras recentíssimas, criadas depois de sua residência artística em Paris. Seu trabalho mudou com essa experiência?

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Fiquei seis meses em Paris, em 2009. Voltar, colocar as coisas em prática, leva um tempo. Tinha acabado de sair da faculdade, feito a minha primeira individual na Nara. Houve um retorno à figuração, mas eu sempre fui muito figurativo, direto nas coisas que gosto, sempre tive uma figuração na minha cabeça das coisas do mundo. Só que achei que o que eu estava fazendo antes era uma "escola de pintura", era muita pesquisa sobre história da arte, cor, mas não era sobre mim. Parei, pensei nisso tudo e travei. E fui ver pinturas antigas. Acredito que não teve uma grande descoberta, mas, na verdade, um caminho que se traçou muito claro para mim. Voltei ao Brasil e fiquei três meses sem fazer nada. Aí começaram a me perguntar se eu não ia mais trabalhar...

Porque a sua primeira exposição na galeria foi superbem e você já tem suas obras, inclusive, adquiridas por instituições. Está bem colocado no circuito e existe uma ansiedade inegável do mercado por suas obras. Como lida com isso agora?

Não tive culpa! Em 2006, na faculdade, a Adriana Varejão e o Bernardo Paz compraram uma pintura minha. Entrei na galeria, fiz exposição, jovem e com trabalho em desenvolvimento e as obras foram vendidas, Foi tudo muito rápido. Agora eu estou retomando coisas que fazia lá atrás e com uma bagagem. Fiz uma pintura geométrica antes, mas sempre foi um pensamento de colagem, de fragmentação. Na minha cabeça, meu processo não teve uma quebra. Agora é menos "oba-oba", mas é mais sério para mim. Está muito bom, tenho três anos de carreira. Por mais que o mercado tenha assimilado meu trabalho, eu sempre fiz o que gosto e tenho orgulho de dizer que nunca fiz um trabalho por encomenda. Estou muito contente porque continuei.

E qual será seu próximo passo?

Estou trabalhando em obras que vou expor em maio em Leipzig (Alemanha), num evento em que dez galerias alemãs convidam galerias de outros países para fazer uma mostra individual de um de seus artistas lá.

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