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Robin Williams escondeu a depressão por meio da comédia, dizem amigos

Por PIYA SINHA-ROY
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De um alienígena excêntrico a um gênio azul de um desenho animado, de uma amável babá britânica a um terapeuta companheiro, o ator Robin Willians utilizou sua versatilidade com a comédia para fazer as pessoas sorrir. Mas por trás da exuberância juvenil e energia hiperativa estava um homem sensível que vivia para se apresentar à multidão, disseram amigos e colegas do ator, após morte dele na segunda-feira, em um aparente suicídio.  Embora a morte do ator ganhador do Oscar tenha sido uma grande surpresa para o público, seu amigo de longa data e companheiro comediante Bob Zmuda disse não estar “totalmente perplexo” pela notícia. Zmuda, fundador da entidade beneficente Comic Relief, para a qual o ator ajudou a levantar mais de 70 milhões de dólares, disse que Williams tinha dificuldade de se conectar com as pessoas fora do palco e que mesmo aqueles que o conheciam bem não estavam cientes de quão severa era sua depressão.  “Às vezes eu o encontrava a sós, e ele ficava tão desconfortável, ele não tinha habilidades sociais, e esse é provavelmente um dos motivos pelo qual ele precisava estar no palco”, disse Zmuda. “Esse era o sangue de sua vida, era seu imperativo físico, e, sem isso, ele estava bem perdido”.  Budd Friedman, fundador dos clubes de comédia Improv, viu Williams pela última vez há um ano, quando o ator apareceu em um clube para fazer uma breve apresentação. Friedman disse que, nos 35 anos que conheceu Williams, ele nunca percebeu qualquer vislumbre de seu sofrimento.  “Eu não sei quantas pessoas sabiam dessa escuridão dentro dele”, disse Friedman.  Horas após a morte de Williams na segunda-feira, sua representante Mara Buxbaum revelou, com uma franqueza incomum ara os padrões de Hollywood, que o ator e comediante sofrera de depressão severa nos últimos meses. Comédia e depressão estão frequentemente associadas, desde Jim Carrey a Louis C.K., e de Sarah Silverman até o ídolo de Williams, Jonathan Winters, que morreu no ano passado.  “Há muitos comediantes que vêm de um passado de tragédia. Comediantes têm muitos demônios”, disse Jamie Masada, fundador do clube de comédia The Laugh Factory, onde Williams frequentemente se apresentava.  (Reportagem adicional de Eric Kelsey e Alex Dobuzinskis)

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