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Roberto Carlos leva plateia à loucura no Maracanãzinho

Por AE
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Ele dança. Flerta com o público. Cerra a boca quando diz "gostosa". Entrelaça os dedos. Passa a mão no peito, por baixo do paletó alinhado. Os movimentos em close no telão geram efeito imediato nas arquibancadas. Gritos histéricos ecoam pelo ginásio. Não, ele não é um jovenzinho de uma boy band, nem suas fãs são mais adolescentes. No show que lotou o Maracanãzinho, no Rio, na sexta, e contou com duas sessões extras no fim de semana, Roberto Carlos mostrou por que continua arrancando suspiros mesmo depois de mais de 50 anos de carreira.O público aguardava a chegada do Rei com visível impaciência. Foi quase o mesmo tempo de show e de espera. Uma hora e meia de atraso, 1h40 de música. O Rei subiu ao palco, elegante no seu terno branco com camiseta azul, e se curvou diante de seus plebeus. "Obrigado pelo carinho. Obrigado pela paciência. Me desculpem." Desculpas aceitas, emendou em seguida: "Mas a culpa não foi minha não". O pedido veio acompanhado da clássica "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo". O início da música assumiu no show um significado metafórico: "Tanto tempo longe de você...". Roberto Carlos animou a plateia com "Além do Horizonte", flertou em "Cama e Mesa" e teve o seu momento acústico, tocando ao violão "Detalhes". Animado, tirou risadas das fãs. Também levou o público para a pacata Cachoeiro do Itapemirim (ES), onde nasceu, e se mostrou um exímio contador de histórias. Falou sobre o livro infantil que ganhou aos 6 anos, lembrando a história do cachorro Axaxá, "um vira-lata da maior qualidade", que disputava a atenção de uma cadelinha preta e lustrosa com um cachorro da cidade, um bacana de carro conversível, gravata e chapéu. "Eu chorava muito vendo Axaxá sofrendo por amor."O Rei era um apaixonado desde criancinha. Tudo isso para contar que, apesar de não se recordar do fim da história, cresceu e, quando teve o próprio cachorro, batizou-o de Axaxá. "Foi esse cachorro que me sorriu latindo." Era a senha para a música "O Portão", levando os fãs ao delírio. Os músicos contaram com o acompanhamento bem-humorado de parte da plateia: latidos.O momento ternura veio com "Lady Laura", escrita para sua mãe quase duas décadas antes de ela morrer, em 2010. "Hoje canto essa música com menos alegria, mas com muito mais amor." No repertório, não faltaram clássicos como "Desabafo", "Nossa Senhora", "Falando Sério". Mas também teve espaço para a novidade. Não nas letras, mas no ritmo. Roberto anunciou que vai lançar disco novo em 2013, só de remixes. E chamou para o palco o DJ Memê - o produtor carioca Marcelo Mansur -, que trouxe novo gingado à música "Fera Ferida", cantada ao vivo pelo Rei em ritmo dançante. Nova série de pot-pourri, com sucessos como "Café da Manhã" e "Falando Sério". A aguardada hora de ouvir a música mais tocada no horário nobre chegou, e Roberto Carlos fez questão de falar sobre o encontro com a amiga Glória Perez, quando mostrou "Esse Cara Sou Eu", o som que viria embalar o romance de Morena e Théo na novela global. "Essa canção fala do cara que toda mulher gostaria de ter e que todo homem gostaria de ser. O cara que eu tento ser." Na sequência, canta o funk "Furdúncio", outro novo hit.Generoso, o Rei dá espaço para seus músicos também brilharem. Apresenta, um a um, os 19 integrantes e conta histórias bem-humoradas sobre alguns deles. Arranca gargalhadas do público quando apresenta as backing vocals, "nosso coral infantil", o pianista Wanderley, seu companheiro de palco há mais de 30 anos, e o percussionista Dedé. A plateia sente que o show está chegando ao fim. O último pot-pourri mostra hits como "É Proibido Fumar", "Namoradinha de Um Amigo Meu". Roberto dedica o show ao filho Dudu Braga, aniversariante do dia, e encerra a turnê deste ano ao som de "Emoções" e "Jesus Cristo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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