RJ lança CD de modinha e lundu para lembrar família real

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Por AE
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O ritmo que pairava no Rio de Janeiro 200 anos atrás era considerado ousado e, às vezes, indecente. Não, não se trata de funk, mas de modinha e lundu - vindo da África, que estão de volta. Em comemoração ao bicentenário da chegada da família real ao Brasil, a prefeitura do Rio de Janeiro lança os discos Modinhas Cariocas e Te Deum e Réquiem, que resgatam as músicas tocadas no País quando a corte de d. João VI aportou por aqui. ?É muito interessante ver algo que foi considerado ousado no passado soar erudito hoje?, fala Marcelo Fargerlande, cravista e diretor musical do Modinhas Cariocas. Ele conta que o processo de pesquisa para gravar as modinhas foi feito nas bibliotecas nacionais da França, Portugal e Brasil. ?Tentamos fazer uma coisa bem próxima do som da época, inclusive com as pessoas cantando com leve dicção portuguesa. Eles utilizavam instrumentos como viola de arame e cravo.? O álbum traz composições de três compositores cariocas das primeiras décadas do século XIX: Cândido Ignacio da Silva, Gabriel Fernandes da Trindade e Joaquim Manoel da Camera. O segundo álbum, Te Deum e Réquiem, do padre José Maurício Nunes Garcia, traz o réquiem encomendado e especialmente composto para a mãe de d. João VI, dona Maria I. A nobre morreu no mesmo dia que a mãe do religioso, e o luto imposto a toda a cidade pela morte dela deixou no compositor um real e profundo sentimento, dado seu drama pessoal. Mais tarde, o Visconde de Taunay afirmaria que a composição ?fora escrita com lágrimas bem íntimas e sinceras?. Os álbuns têm direção geral e curadoria do maestro Edino Krieger e coordenação artística de André Cardoso. Te Deum e Réquiem foi gravado na Sala Cecília Meirelles, no Rio, e contou com a presença do Coro e Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob a regência de Ernani Aguiar. Modinhas Cariocas tem direção musical de Marcelo Fargerlande e foi gravado na Escola de Música da UFRJ. As informações são do Jornal da Tarde

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