Rio Botequim traz o melhor da alma carioca

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Por Agencia Estado
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A boemia carioca faz festa amanhã às 11h com um almoço para lançar a quarta edição do guia Rio Botequim, no centenário Bar Luiz. A já tradicional lista com os mais bem cotados bares da cidade está em seu melhor figurino. Saltam aos olhos o apuro gráfico e editorial do guia deste ano, maior e mais completo. Os dez eleitos são, na ordem, Bracarense, Amarelinho (do centro), Bar Luiz, Jobi, Sindicato do Chopp, Bar Budo, Bip-Bip, Petisco da Vila, Bofetada e Chopp Gol. O Bracarense, do Leblon, já está coroado e deve virar hors-concours nos próximos anos, pois foi campeão da votação popular em 98, 99 e 2000. Nesta edição, porém, o "Braca" exagerou e emplacou o primeiro lugar em todas as categorias: botequim, chopp, garçom, comida e petiscos. O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, vai fazer a entrega das placas oficiais aos vencedores da votação amanhã no Bar Luiz. O guia Rio Botequim vem se firmando com uma linha democrática. Não é só a comissão formada por membros da editora Memória Brasil e Casa da Palavra e pesquisadores que escolhe que bares têm direito às páginas do livro. Uma kombi percorre as centenas de biroscas buscando o voto de pessoas comuns, que fazem questão de não se abster. Este ano foram 20 mil cariocas, da zona sul ao subúrbio, a votarem na eleição do chopp, o dobro do ano passado. O aumento foi favorecido pelo fato de agora ter sido feita uma eleição por regiões da cidade. A maior parte do livro é formada por fotos e textos sobre os 50 bares escolhidos pela comissão. Nesta lista entram os clássicos pontos da boemia, como o Bar Luiz, na Rua da Carioca, o Bar Brasil, da Avenida Mem de Sá, ou A Lisboeta, da Frei Caneca e ainda o Café Lamas, do Flamengo. Para fazer esta seleção, a Casa da Palavra e a Memória Brasil, que coordena o projeto desde o início em parceria com a prefeitura, fez uma triagem em 200 dos mais tradicionais pontos. "Valorizamos quando um bar se esforça para baixar o preço sem diminuir as porções", diz a editora Martha Ribas, justificando ausências sentidas, como da Adega Flor de Coimbra e do Manuel & Joaquim. Três capítulos anexos também são novidades nessa edição. Um sobre favelas, que reúne 13 bares em morros bem conhecidos, como Mangueira e Serrinha. Outro, sobre a Lapa e seus legendários Nova Capela, Bar do Ernesto, Casa da Cachaça e Cosmopolita, onde foi batizado o filé à Oswaldo Aranha. O terceiro capítulo anexo traz roteiros do Rio pela gastronomia, aliada aos cenários da cidade, suas belezas naturais e históricas acompanhadas de sabor e embriaguez. A edição ainda tem mapas com as localizações exatas dos bares descritos no livro. A capa do Rio Botequim traz a inscrição "50 bares e botequins com a alma carioca". Pode ser que, diante de tão diversa lista de lugares para comer e beber, não se encontre a dita alma logo na primeira tentativa. Afinal, são páginas de livro, com fotos em preto e branco. Mas, como as três edições anteriores têm demonstrado, o Rio Botequim serve bem para apresentar a tradição dos bares às novas gerações e trazer de volta os velhos boêmios. A cidade estava sentindo falta deles.

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