07 de agosto de 2010 | 00h00
RPA & THE UNITED NATIONS OF SOUND.
EMI
Preço: R$ 30
E m meados do ano 2000, Richard Ashcroft (foto) chegou para seu show no palco principal do V Festival, na Inglaterra, em uma limusine, com fraque, cartola, comitiva reluzente. Parecia um clone de Dudley Moore no filme Arthur. Era o auge do ex-cantor do Verve. Aquele tempo de opulência passou, e a mais recente banda de Ashcroft, RPA & The United Nations of Sound, mostra o cantor símbolo do britpop mais pianinho, menos estreloso e melancólico. Parece fascinado pelo universo do R&B e do hip-hop americano, e não é por acaso: o CD foi parcialmente gravado em Los Angeles, e produzido por No ID, pioneiro do rap de Chicago (que trabalhou com Jay-Z). Rimas malucas e arranjos de cordas (feitos por Benjamin Wright, que produziu as cordas em Off the Wall, de Michael Jackson). Também tem a mão de uma lenda da Motown, Reggie Dozier, que trabalhou com o Outkast e com Marvin Gaye. Misture ainda o guitarrista de Mary J. Blige, e se tem a medida da esquisitice. Ashcroft, que se esmerou naquele tipo de desamparo branquelo do pop britânico, fica bizarro rapeando em músicas como How Deep Is Your Man? (de vez em quando, ainda por cima, pinta um assobio à Ennio Morricone). É chocante!
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