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Ribenboim leva "Troca de Pele" ao Rio de Janeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Oito anos depois de ter "contaminado" a praia de Ipanema com seus bólides marinhos - centenas de bóias lançadas no mar de Ipanema durante a Eco 92 -, Ricardo Ribenboim volta ao Rio de Janeiro, inaugurando sua primeira mostra individual na cidade. As 23 esculturas e três projeções virtuais (duas delas em salas especiais) que podem ser vistas a partir de amanhã à noite no Paço Imperial fazem parte da série Troca de Pele, que o artista iniciou no ano passado. Explorando formas orgânicas em grandes esculturas de madeira articuladas, ele recria a idéia de movimento, de interatividade. Se nos bólides havia uma espécie de homenagem a Hélio Oiticica, agora Ribenboim estabelece um diálogo com os bichos e trepantes de Lygia Clark. Aliás, a obra de Ribenboim parece estar sempre em diálogo com artistas brasileiros. "Estou sempre fazendo comentários, percorrendo a história da arte brasileira", afirma ele. Outra característica que se sobressai em suas esculturas é o cuidado construtivo, formal, deixando evidente sua formação de designer. "Elas têm realmente uma idéia de higiene, de desenho que o design propõe", reconhece. Mas nem só de formas concretas é feito o trabalho de Ribenboim. Na mostra do Paço ele também esculpe com a luz, explorando a idéia de contaminação. Em uma das instalações, ele projeta vírus virtuais sobre fumaça, criando uma situação extremamente instável, ao mesmo tempo sedutora e repulsiva. Também está sendo projetado na exposição o vídeo de uma performance realizada ano passado, em que Vera Sala dança com uma de suas peças, "mimetizando o corpo com a escultura". O mesmo trabalho está sendo exibido desde a semana passada no P.S.1 Contemporary Art Center, em Nova York. Com uma intensa agenda de eventos internacionais, que consegue cumprir paralelamente à série de atividades que desenvolve como diretor do Itaú Cultural, Ribenboim ainda foi convidado a participar da mostra Open 2000, com curadoria de Pierre Restany, que ocorrerá paralelamente à Bienal de Arquitetura de Veneza. Para o evento, no qual será o único brasileiro, o artista está preparando uma gigantesca escultura de 12 metros, feita em náilon e silicone, que deverá desfilar pelos canais venezianos até ser instalado numa praça da cidade.

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