Ribeirão Preto busca apoio para Feira do Livro de 2002

Evento que encerrou domingo com 120 mil visitantes e movimento de R$ 1,7 milhão deve tornar-se anual mas não contará com ajuda financeira da Imprensa Oficial do Estado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia após o encerramento da 1ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, ocorrido neste domingo, a prefeitura e a Secretaria de Cultura do município confirmaram que o evento se tornará anual. A Imprensa Oficial do Estado, que investiu quase a metade dos gastos deste ano, não deverá entrar com apoio financeiro e as autoridades da cidade começam a articular novos apoios da iniciativa privada - a Telefônica foi a única patrocinadora em 2001. O segundo evento irá ocorrer no início de setembro de 2002, também com dez dias de duração. "A Imprensa Oficial não será investidora, mas deverá participar de alguma forma", diz o secretário de Cultura, Galeno Amorim, ao fazer um balanço da feira. A expectativa de público, de 100 mil visitantes, foi superada: atingiu 120 mil. Cerca de 200 mil livros foram comercializados, movimentando R$ 1,7 milhão. "Esses números superaram as expectativas dos expositores em duas ou três vezes mais", comentou Amorim. Funcionários da pasta da Cultura fizeram uma pesquisa com 280 pessoas sobre a feira: 96% disseram-se satisfeitos ou muito satisfeitos, 95% querem a feira anual, 95% querem a manutenção do local (Esplanada do Theatro Pedro II, no centro), 86% pediram a manutenção do período de dez dias e 100% aprovaram o Salão de Idéias (com a presença de escritores como Ignácio de Loyola Brandão, Lygia Fagundes Telles, José Castello e o poeta Thiago de Mello). Os debates culturais e os eventos paralelos foram elogiados, mas os problemas também foram apontados: o espaço do pavilhão da feira foi pequeno e o calor quase insuportável (o sistema de ventilação fracassou). Amorim disse que o espaço do pavilhão deverá ser ampliado para a segunda edição. "A feira foi o maior evento cultural da história da cidade", diz ele. No último dia, o poeta Thiago de Mello retornou a Ribeirão Preto para declamar o Estatuto do Homem no Concerto Pela Paz, na Praça Carlos Gomes, ao lado da feira. O presidente da Imprensa Oficial do Estado, Sérgio Kobayashi, ficou satisfeito, mas já dizia, durante o evento, que o órgão não financiaria a feira anualmente. "Primeiro, feira anual cansa, e não dá para beneficiar só Ribeirão Preto, pois temos de ser democráticos com as outras cidades", explicava ele. "Ribeirão Preto foi um laboratório importante para nós: deu certo." Por isso, está otimista em relação à próxima feira, em Bauru (investimento de R$ 250 mil, sendo que Ribeirão teve verba de R$ 437 mil), entre 3 e 11 de novembro. "Vendemos todos os estandes no primeiro dia." Além de Ribeirão Preto e Bauru, que deverão ter o segundo evento em 2003 (portanto, bienal), São José dos Campos (em março) e Sorocaba (junho) terão a Feira do Livro em 2002 - São José do Rio Preto, Araçatuba, Santos e Campinas ainda não têm datas definidas. Duas feiras temporárias estão agendadas: Guarujá (no verão, em janeiro) e Campos do Jordão (no inverno, em julho). A Imprensa Oficial tem R$ 1,4 milhão para investir nesses eventos, sem contar a verba destinada pela Secretaria de Educação do Estado, que paga R$ 1,00 por aluno da rede estadual. "É melhor investir na difusão da cultura do que gastar os R$ 1,4 milhão apenas em marketing", comenta Kobayashi.

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