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Revolução no planeta dos humanos

Com a mesma tecnologia de Avatar, novo episódio da franquia Planeta dos Macacos explica início da história do icônico filme original

Por Pedro Caiado
Atualização:

É justo afirmar que Planeta dos Macacos: A Origem se impõe como o blockbuster. O diretor britânico Rupert Wyatt realizou um filme cuja ênfase no macaco principal, César (vivido pelo ator britânico Andy Serkis), torna o aspecto emocional o componente principal da trama. Planeta dos Macacos: A Origem, que estreia sexta-feira no Brasil, é um thriller pipoca inteligente que impressiona pelo realismo dos chimpanzés criados pela união de efeitos especiais e da técnica de "captura de performance". Desta vez, os atores não mais vestem trajes de macacos, como no filme de Tim Burton, em 2001.É a primeira produção de ação contada do ponto de vista emocional do animal. César é um macaco com qualidades típicas de ser humano, além de possuir um nível de inteligência fora do comum. Sua mãe está entre vários primatas capturados na selva e trazidos para testes em laboratórios de uma gananciosa corporação de pesquisa de medicamentos, em São Francisco. Após um desastroso acidente envolvendo um dos chimpanzés, o programa experimental é desativado temporariamente por Will Rodman (vivido por James Franco), um cientista honesto que aceitara a crueldade dos testes contra os animais por acreditar estar próximo da cura do Alzheimer, doença que atingiu seu pai, Charles (John Lithgow). Quando Will é obrigado a levar um chimpanzé bebê para casa, César, tem início uma forte relação de confiança entre macaco e ser humano. Mas a ligação entre cientista e chimpanzé é estremecida após César, em um ataque de agressividade, ser confinado e maltratado junto com outros primatas. Quando César percebe a capacidade de sua mente, de inteligência acima da média, ele arquiteta um sensacional plano de fuga e uma revolução.Em entrevista, James Franco explica que seu personagem é um cientista bem-intencionado, mas forçado a ir contra seus princípios. "Ele cria César como um filho e, por isso, meu personagem se torna mais humano e menos cientista. Ele está mais preocupado com o macaco do que com o sucesso da droga que estava testando", afirma, acrescentando elogios ao ator que vive o macaco César. "Andy Serkis é tão bom que eu realmente acreditei estar contracenando com um chimpanzé", disse ainda.Franco também admitiu que estava descrente quanto a esta continuação da série. "Quando recebi o roteiro, antes de ler, eu pensei: "Mais um Planeta dos Macacos!" Não achava que haveria algo de novo para se fazer. Entretanto, após a leitura do roteiro, percebi que este teria um ângulo completamente diferente, adaptando a história de uma maneira plausível, além de utilizar uma tecnologia que faria toda a diferença", ressaltou o ator. Para realizar o longa, o diretor Rupert Wyatt confessou ter visto "uma enorme seleção de documentários e filmes com macacos". Sobre a tecnologia ele explicou: "Quando começamos os trabalhos, tivemos de decidir entre macacos de verdade ou atores vestidos de macacos. Nenhuma dessas opções era a ideal. Percebemos que a técnica de captura de performance seria o único caminho. Este filme só se tornou realidade graças à tecnologia criada para Avatar, de James Cameron", garantiu, durante evento promocional do filme, em Londres. Por que São Francisco? "Foi uma ótima escolha dos roteiristas. É uma das poucas cidades do mundo que têm uma grande metrópole que coexiste com uma grande área verde, do outro lado da ponte Golden Gate. Faz sentido, pois este é um filme sobre fuga; a fuga dos macacos da grande cidade em direção ao seu habitat", explicou Wyatt. A mesma equipe de efeitos especiais que trabalhou para Senhor dos Anéis, King Kong e Avatar, Weta, criou os primatas com perfeição para este thriller. Sobre o processo de criação dos chimpanzés digitais, Dan Lemmon, supervisor de efeitos especiais, explicou: "Tivemos de prestar atenção aos detalhes. O pelo dos animais foi algo complicado de recriar. Estudamos características da face do ator Andy Serkis e misturamos com algo do rosto dos chimpanzés. Analisamos também o desenho do esqueleto de macacos reais, assim como as camadas da pele e os dentes para atingir um resultado próximo da realidade", acrescentou o especialista.

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