Retrospectiva de Amelia Toledo em Florianópolis

Obras reunidas em 1999 são exibidas na capital catarinense, antes de seguirem para Fortaleza

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Por Agencia Estado
Atualização:

Em 1999, a Galeria de Arte do Sesi, no prédio da Fiesp, na Paulista, abrigou uma grande mostra de Amelia Toledo. Entre, Obra Está Aberta era o título da mostra que apresentava o percurso da artista desde obras das décadas de 50 e 60 até suas criações recentes, de sua fase de experimentação com as pedras. Agora, a arte de Amelia Toledo será apresentada para o público da região Sul do Brasil: em Florianópolis, no Museu de Arte de Santa Catarina, será inaugurada hoje uma versão ampliada da exposição - porque Amelia Toledo, essa veterana artista com quase 80 anos, não pára de produzir, lá estarão criações mais recentes ainda. É uma retrospectiva, que ocupa seis grandes salas do museu instalado no Centro Integrado de Cultura de Florianópolis. A mostra nem mesmo foi aberta e já foi prorrogada: ficará em cartaz em Santa Catarina até o dia 25 de julho e depois, em novembro, seguirá para o Centro Dragão do Mar, em Fortaleza - há também a possibilidade de ser levada para Vitória, mas ainda não está confirmada sua ida. A arte de Amelia é diversa e sempre se pautou pela experimentação de materiais - em sua produção, ela é gravadora, escultora, pintora, desenhista, designer de jóias. O título Entre, a Obra Está Aberta se refere, muito mais, ao caráter interativo de muitas de suas obras - é o visitante que está sempre sendo convidado a participar. Amelia já fez belas pinturas monocromáticas sobre juta. Outra série de destaque, da década de 1960, é a das Bolas-Bolhas, esferas transparentes de plástico com sabão líquido que se transforma com a incidência de luz nas mãos do visitante. Mas há também, desde muito cedo, o caráter de usar da natureza materiais como conchas e, há algum tempo, as pedras. "Em seu silêncio mineral e milenar, a pedra é o testemunho mudo e expressivo das eras passadas. Contemplar este ensaio nos torna testemunhas da idade da Terra", já afirmou a artista. Pedras de diversos tipo e colorações são dispostas no chão com chapas de metal formando "espaços de mistério", de penumbra, de contemplação; ou colocadas, no final do percurso, em espaço com projeções para o público se deitar - são as propostas de experiências.

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