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Repórter vê NY antes e após atentados

Por Agencia Estado
Atualização:

O repórter Sérgio Dávila participa nesta segunda-feira da noite de autógrafos de seu livro Nova York - Antes e Depois do Atentado, editado pela Geração Editoral, na Livraria Siciliano do Shopping Pátio Higienópolis. O livro, que faz parte da coleção "Vida de Repórter", é uma coletânea de textos escritos por Dávila, a maior parte para sua coluna virtual Pop, Pop, Pop. São artigos que têm como divisor de águas o fatídico 11 de setembro de 2001. Antes do ataque às torres do World Trade Center, Dávila traçava panoramas do ´american way of life´. Mais especificamente, do estado de espírito da população de Nova York, cidade onde mora desde 2000. Depois das ações terroristas, entretanto, seus textos se voltaram para o clima de terrorismo e alerta que imperam hoje entre os americanos. Instaurou-se uma nova temporada de caça às bruxas. "Antes, Nova York era a melhor cidade do mundo. Depois, continuou a ser a melhor cidade do mundo, com ressalvas: Nova York, que deixou de ser norte-americana nos anos 50, voltou a pertencer aos Estados Unidos, mesmo que por alguns meses, com tudo de bom e ruim que isso tem", descreve. No exato momento dos ataques, o repórter estava dormindo e acordou quando o telefone tocou. Em minutos, estava na rua, indo a pé para World Trade Center, porque o metrô, os ônibus e os táxis não estavam funcionando. "Saí de casa ainda com as primeiras informações das emissoras sobre um monomotor que havia batido por engano numa das torres do WTC." Segundo ele, nos dias que se seguiram ao atentado e mesmo atualmente, não é recomendável ter nomes e sobrenomes com muitas consoantes, olhos amendoados ou traços do Oriente Médio. "Agora, tanto faz você ser da Índia ou do Iraque, vai ser olhado com desconfiança." No artigo "A Broadway o espera, desde que você seja americano", Dávila mostra até que ponto pode chegar a fobia ianque. O repórter relata um episódio vivenciado pelo consultor tecnológico indiano Uday Menon, que resolveu atender aos apelos do prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, e retomar a vida normal. Reservou ingressos para a peça Kiss Me Kate, na Broadway, por telefone. Ao chegar ao local com a mulher, o caixa orientou Menon a retirar os tíquetes numa área especial. Enquanto se dirigia à tal área, foi rendido por quatro policiais e três agentes do FBI, que o jogaram no chão e algemaram. A atendente do Ticketmaster o havia confundido com um árabe, por causa de seu forte sotaque indiano. Para o autor, os americanos nunca mais serão os mesmos. "Estou convencido de que o milênio começou com o 11 de setembro de 2001 e que, no futuro, os historiadores vão apontar esse como o marco zero de uma nova era."

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