
08 de janeiro de 2012 | 03h09
Os ensaios amazônicos de Euclides estimularam Daniel a conhecer o Acre e refazer a parte final do itinerário da expedição de 1905. Ele tinha um enorme interesse pelo Brasil e pela cultura brasileira, e não apenas com o que vinha de fora. Certamente tínhamos divergências, que eram também temas de nossas conversas. Mas as discrepâncias em nenhum momento impediram uma amizade que durou mais de 12 anos. Ele escrevia sobre muitas coisas no calor da hora, às vezes se arriscando a fazer comentários apressados ou inadequados. Os jornalistas que lidam com a cultura sabem que isso é inevitável. Mas correr esse risco é um ato de coragem. A curiosidade, a vitalidade e a energia intelectual de Daniel Piza eram incomuns. Mais incomum foi a notícia de sua morte, que repercutiu como algo absurdo. Como é absurdo e doloroso perder precocemente um amigo.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.