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Renata Sorrah estrela superprodução de "Medéia"

Clássico de Eurípides estréia no Rio com direção de Bia Lessa

Por Agencia Estado
Atualização:

A atriz Renata Sorrah diz estar produzindo e protagonizando a tragédia Medéia, de Eurípides, para fechar um ciclo. "Eu fui Antígona (outra heroína do teatro grego) no início da minha carreira e achava que já tinha idade e maturidade para viver essa mulher traída e tão sofrida", contou em entrevista ao Estado. O espetáculo, que estréia hoje, no Teatro Dulcina, com direção de Bia Lessa é uma superprodução num teatro tradicional da Cinelândia, no centro do Rio, construído nos anos 30, quando a vida cultural carioca acontecia ao seu redor. Bia Lessa escolheu a sala para desconstruir o espaço e levar a cena para o meio da platéia. O texto, que já teve inúmeras montagens, virou filme, ópera e até o musical Gota d´Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, conta a história de uma princesa que abandona seu país por amor a Jasão, mas, anos depois, já madura, é trocada pela jovem filha do rei. Como vingança, ela mata os próprios filhos. Jasão é vivido por José Mayer. Além dele, o elenco é repleto de veteranos - Cláudio Marzo, Ivone Hoffman, Dalton Vigh e Emiliano Queiroz. Como a tradução mais recente de Medéia tinha mais de 30 anos, Renata Sorrah encomendou uma nova a Millôr Fernandes, de quem já havia feito É..., com Fernanda Montenegro, há 20 anos. "É um luxo contar com um texto trabalhado pelo Millôr. Ele facilita a nossa interpretação porque se apropria dos acontecimentos", elogia Mayer. Bia Lessa e Renata Sorrah contam que procuraram ser fiéis a Eurípides, enfatizar essa empatia entre o público e a cena, pois as questões que Medéia discute são milenares: datam de 431 a.C., quando estreou em Atenas e estão em voga até hoje. "De repente, percebi que o texto é absolutamente atual. A situação de Medéia é comum a todos nós, hoje, quando se discute o que é civilização e o que é barbárie, a aceitação do que é diferente", diz Renata.

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