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Refugiado em embaixada, Assange minimiza seu problema de saúde

Por ALESSANDRA PRENTICE
Atualização:

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que vive desde junho na embaixada do Equador em Londres, minimizou na quinta-feira as preocupações com sua saúde, dizendo que gosta de estar no meio de uma tempestade jurídica e diplomática. Assange, de 41 anos, cujo site irritou os EUA ao divulgar milhares de documentos diplomáticos secretos, refugiou-se na embaixada para evitar ser extraditado da Grã-Bretanha para a Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais. O Equador lhe concedeu asilo, mas ele pode ser preso se deixar o local, que tem imunidade perante as autoridades britânicas. Nesta semana, a autoridades equatorianas disseram que o ex-hacker sofre de uma doença pulmonar crônica, em decorrência do prolongado confinamento. Vestindo terno escuro e uma camisa branca com abotoaduras prateadas no formato das letras W e L, Assange não aparentava ter problemas de saúde. "O confinamento, as circunstâncias são obviamente difíceis", foi tudo o que Assange disse ao ser questionado pela Reuters sobre sua saúde. "Eu prefiro desfrutar do fato de ser tratado por toda essa tempestade. Só se vive uma vez, então é importante que façamos algo significativo com o nosso tempo", disse ele. Supostamente, ele vive num cômodo atravancado, na modesta sede diplomática equatoriana. Come principalmente comida entregue da rua, usa uma esteira ergométrica para queimar energia, e uma lâmpada de vitamina D para compensar a falta de banho de sol. O dedo-duro diz que usa o tempo trabalhando, inclusive na escrita de um livro, "Cypherpunks", em que ele alerta que a crescente quantidade de dados pessoais que armazenamos na rede poderá tornar a sociedade "uma escrava da internet". Numa sala de conferências com cornijas douradas, à qual se tem acesso depois de passar por um saguão adornado com um reluzente retrato do presidente Rafael Correa, Assange falou com veemência sobre os perigos da vigilância digital por parte de governos e empresas privadas.

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