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Referências de interpretação e sonoridade

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Por Redação
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Um dos achados do roteiro do show de Marisa Monte, é Sono Como Tu Mi Vuoi (Amurri/Canfora/Jurgens), do repertório da cantora italiana Mina. É aí que Marisa explora melhor outras nuances de interpretação e uma discreta sensualidade. Ela que iniciou a carreira de cantora na Itália, tem Mina como referência. A que vem em seguida, Ainda Bem, era para ser um dueto das duas no disco de Marisa, mas ela conta que a colega italiana gostou tanto da canção que pediu pra gravar sozinha no próprio álbum. Além de relembrar a parceria com a mexicana Julieta Venegas (Ilusão), outra grande cantora homenageada por ela é Cássia Eller (1962-2001) em E.C.T. (Marisa/Carlinhos Brown/Nando Reis) da qual Cássia "se apropriou". "Sinto falta dela como referência. Sentir saudade não é sentir falta, mas a presença de alguém. Por isso quis cantar essa música. Salve Cássia", disse. A versão de Marisa tem até um toque de música árabe que provoca um certo estranhamento. Ela conversa bastante com o público, conta histórias sobre algumas canções, ocupa o palco de maneira mais espontânea, traz uma garra pop quase roqueira, como nos experimentos do início da carreira. Será evocação de Cássia? Se ela e Mina são referências vocais, "o power trio mais amado do Brasil" - Pupillo (bateria e percussão), Lúcio Maia (guitarra e violão) e Dengue (baixo), da Nação Zumbi) - também traz frescor à sonoridade basicamente acústica do show e imprime marca discreta na simbiose com um quarteto de cordas e dois velhos parceiros, Dadi (guitarra) e Carlos Trilha (teclados e programação), com quem Marisa dialoga sem tropeços. / L.L.G.

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