30 de novembro de 2012 | 10h09
A conversa na tarde de ontem foi sobre seu clássico "Lavoura Arcaica", adaptado para o cinema por Carvalho. Descontraído, Nassar se sentou ao lado do cineasta e de Lourenço Mutarelli, mas quase não falou, evitando responder às perguntas do público - acenava com a mão dizendo não quando alguém fazia nova investida.
Vez ou outra, cochichava algo para o amigo cineasta. Uma hora, porém, perguntaram a ele se tinha valido a pena escrever e disseram que ele poderia responder com o silêncio. Mais de um minuto de silêncio depois, a resposta: "Não sei". Quando soube que os desenhos atrás dele tinham sido feitos por Helder Santos com base na sua obra, brincou: "São meus? Posso levar?"
Nas mais de duas horas em que ficou por lá, falou pouco, assinou todos os livros que puseram na sua frente e comentou que depois que Marcelino Freire, o idealizador, disse cinco vezes a palavra "querido" na mesma ligação, ele não poderia deixar de ir.
O ator Selton Mello deveria estar no bate-papo, mas não foi. Perdeu a rara aparição do autor de "Lavoura Arcaica" e "Um Copo de Cólera". Esta edição da Balada Literária tem como tema o isolamento - voluntário, como o de Nassar, ou imposto - e a entrada é gratuita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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