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Rainha dá título de cavaleiro a escritor Salman Rushdie

Autor de <i>Os Versos Satânicos</i> teve sua cabeça colocada a prêmio pelo Irã

Por redacao
Atualização:

O escritor Salman Rushdie, que passou parte de sua vida ameaçado de morte por uma fatwa (decreto) iraniano, foi condecorado pela Rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido. Seu livro Os Versos Satânicos foi considerado ofensivo a muçulmanos e sua cabeça foi colocada a prêmio em 1989. Ele passou uma década escondido. "Eu estou emocionado e contente de receber esta grande honra e estou muito agradecido que meu trabalho foi reconhecido desta forma", disse o escritor. Desde que voltou à vida pública, em 1999, o autor de origem indiana não tem evitado polêmica. Apoiador do secularismo, Rushdie tem criticado o que chama de "totalitarismo" islâmico e a obrigatoriedade dos véus para as mulheres. Filho de um empresário bem-sucedido, Sir Salman Rushdie nasceu em uma família muçulmana em Mumbai, na Índia, em 1947. Ele foi educado na Inglaterra e estou na Universidade de Cambridge. Prêmio Booker Depois de uma carreira como publicitário em Londres, passou a se dedicar em tempo integral à literatura. Sua primeira novela, Grimus, de 1975, foi ignorada pela comunidade literária e pelo público em geral. Já seu segundo livro, Os Filhos da Meia-Noite, foi um sucesso, vencendo o cobiçado prêmio Booker em 1991. Em 1993, ganhou o Booker of Bookers, sendo considerado o melhor livro nos 25 anos do prêmio. Sir Salman Rushdie, que completa 60 anos na próxima semana, é famoso por defender a liberdade de imprensa. Sentença de morte Seu quarto livro - Os Versos Satânicos, de 1988 - relata uma batalha cósmica entre o bem e o mal e combina fantasia, filosofia e farsas. Foi imediatamente condenado pelo mundo islâmico por retratar - segundo muitos, com blasfêmias - o profeta Maomé. O livro foi proibido em vários países islâmicos. Em 1989, o aiatolá Khomeini, líder espiritual do Irã, decretou uma fatwa, pedindo a execução do escritor. A fatwa só foi revogada em 1998. Apesar de viver virtualmente como um prisioneiro, com proteção policial, Sir Salman Rushdie continuou escrevendo livros e ensaios.

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