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'Quero seguir sendo rapper'

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Por Redação
Atualização:

Se o pessoal do rap souber aproveitar, não é este o momento em que todos eles poderiam dar certo?Assim como os anos 90 era o momento para o pagode e deu no que deu. É preciso cuidado. Temos de aproveitar, mas sem perder a consistência. Tudo o que foi construído não foi pensado em termos de retorno financeiro.Falar que você e Criolo fazem rap não é reduzi-los a um formato do qual já se libertaram?É importante que mesmo com essa evolução natural no gênero nós sigamos sendo rappers. Chegar aos lugares como rapper é necessário, até porque a nossa essência é a favela, os dilemas da periferia. Mas o rap tradicional não acabou se perdendo em seu discurso?A morte do Sabotage (2003), foi um baque. A gente ficou perdido. Disse uma vez que não se faz rap bom sem ódio. Quis dizer que aquele era um combustível para se criar, mas não o único. No início, antes do gangsta (o rap de protesto mais radical), o que existia era o rap de festa.Fazer um disco de samba, usar banda de rock, enfim... Sem policiamentos ideológicos não fica mais fácil mostrar quem é o Emicida além das rimas?É o que quero fazer. Tenho tudo a ver com o samba e tem um pessoal aí querendo me puxar para isso. Nada me impede de fazer essas misturas. Para falar a verdade, estou cansado de umas coisas. Tenho estudado a rima para colocar acentos em lugares diferentes mesmo.O rap se alimenta dos dilemas. Então, o que seria melhor: um país em que tudo funcionasse e, logo, em que não existisse rap, ou um país errado com rap?Não dá para existir um país fantástico com um rap livre?E isso seria possível?Claro, o meu rap é assim. / J.M.

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