29 de setembro de 2009 | 09h14
Foram três dias apenas, de Première Brasil, e a verdade é que o que parecia uma grande seleção vem se revelando um tanto decepcionante. Não que faltem atrativos aos filmes exibidos, mas nenhum é grande, exceto o de Karim Ainouz e Marcerlo Gomes, "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo". O documentário sobre o diplomata Sérgio Vieira de Mello, "Um Brasileiro no Mundo", mostra que se trata de um personagem extraordinário. Merecia um filme melhor do que o que lhe dedicou o diretor Greg Barker. O formato é de documentário de TV, mas é difícil resistir à emoção de momentos como a fala dos familiares.
Radical como experiência autoral, o novo filme de Suzana Amaral, "Hotel Atlântico", marca mudança de rumo na obra da diretora, que agora volta-se para o mundo masculino, a partir do livro de João Gilberto Noll. Seu filme tem coisas fortes - a entrega do elenco, a intensidade das cenas de sexo -, mas desconcerta sem a contrapartida de instigar.
Uma atração internacional do Festival do Rio é o filme coreano de Boong Joon-ho, "Mother". O diretor é o mesmo de "O Hospedeiro", onde o monstro que irrompia nas águas poluídas da baía de Seul virava metáfora para que Joon-ho falasse de relações familiares. Aquele era um filme de grande orçamento, centrado em personagens masculinas. Movido pelo desejo de mudar - de se contradizer, o mesmo que move Suzana Amaral - pequeno orçamento e uma personagem feminina. A figura dessa mãe coragem é inesquecível, como o público poderá confirmar em breve, na Mostra de São Paulo. As informações são do Jornal da Tarde.
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