Quebra-nozes: tradição de Natal

Há 28 anos, Cisne Negro encena sua versão para o clássico balé de Tchaikovski

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Por Maria Eugenia de Menezes
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Tradição é tradição. No Natal, o ritual de todos os anos geralmente inclui árvores enfeitadas, luzes, presentes e as apresentações de O Quebra-Nozes. Assistir ao clássico balé de Tchaikovski é um costume que se repete ao redor do mundo. E, há quase três décadas, também faz parte do calendário natalino de São Paulo. Pelo 28.º ano consecutivo, a Cia. Cisne Negro encena, no Teatro Alfa, sua versão para a obra. Como de costume, não há muitas novidades envolvidas no programa. E essa é a intenção. Mas a diretora Hulda Bittencourt sempre faz questão de reservar algumas surpresas. Em 2011, surge um novo cenário para o Reino dos Doces. Além disso, a produção, que envolve cerca de 120 artistas, terá dois pares de solistas convidados. Até o dia 11, o casal de primeiros-bailarinos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro assume o posto: Márcia Jaqueline e Denis Vieira. Entre os dias 12 e 18, o posto passa a ser ocupado pelos convidados internacionais Viara Natcheva, primeira-bailarina do Staatsballet de Berlim, e Emil Yordanov, primeiro-bailarino do Sofia National Opera and Ballet. "Tenho olheiros pelo mundo e também viajo bastante procurando talentos", comenta Hulda. "É meu jeito de surpreender a plateia."Não que fosse preciso. O público de crianças e adultos nostálgicos retorna para encontrar a história que já sabe de cor: as aventuras da menina Clara com os brinquedos que recebe na noite de Natal. Entre eles, um quebra-nozes, em forma de soldadinho, que se transforma em príncipe. Um dos três balés criados pelo compositor russo, O Quebra-Nozes não surgiu como a unanimidade que é hoje. Primeiro, Marius Petipa, o libretista original, preferiu ausentar-se e entregar a tarefa para seu assistente, Leon Ivanov. A seguir, à época da estreia, a crítica de São Petersburgo também não acolheu com muito entusiasmo a obra, que se baseia em uma fábula do autor fantástico E.T.A. Hoffman. Foi só no século seguinte que a suíte começaria a ganhar a atual popularidade, que impulsiona sucessivas montagens na Europa e nos Estados Unidos. No caso do Cisne Negro, a versão de O Quebra-Nozes surgiu despretensiosamente. "Apenas como uma peça de fim de ano, feita pelos alunos", lembra a diretora Hulda Bittencourt. O impacto, porém, foi tamanho que a criação em dois atos nunca mais saiu do repertório da companhia.

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