
23 de maio de 2013 | 19h47
NOVA YORK - Contra Relevo (Objeto Nº 7), criado em 1959 por Lygia Clark (1920-1988) foi arrematado na tarde desta quinta-feira, 23, por US$ 2,225 milhões no leilão de arte latino-americana promovido pela Phillips, em Nova York, alcançando recorde de preço para obra da artista brasileira em venda pública. O recorde anterior obtido em leilão por um trabalho de Lygia era de US$ 565.574, preço pago em 2010 por um de seus Bichos, esculturas de alumínio da década de 1960, vendido também pela Phillips, em Londres.
O quadro de Lygia (uma das 29 obras de artistas brasileiros entre os 99 lotes colocados à venda na Phillips) tinha estimativa entre US$ 600 mil e US$ 800 mil e obteve o maior preço do leilão. O primeiro lance, oferecido por um colecionador representado pela própria casa de leilões, foi de US$ 480 mil. Mas a disputa ficou entre uma mulher presente na sala da Phillips e um licitante por telefone, com lances de US$ 50 mil um contra o outro. O lance final, apresentado pela mulher (que não quis se identificar), foi de US$ 1,85 milhão. A diferença para o preço final é a comissão cobrada pelos leiloeiros.
Contra Relevo (Objeto Nº 7), que a Phillips estampou na capa do seu catálogo, é um pequeno quadro de compensado (55,5 x 55,5 x 4,5 cm) com três figuras geométricas pintadas de preto e branco com tinta industrial. O interesse que provocou entre galeristas e colecionadores se deve a sua raridade: criado no mesmo ano do Manifesto Neoconcreto, o quadro foi dado de presente pela pintora a um colecionador brasileiro, de quem seu proprietário até ontem o adquiriu. A obra teria sido exibida em público apenas uma vez, na Bienal de Artes Plásticas da Bahia, em 1966.
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