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Quadro de galeria da Universidade de Yale pode ser de Velázquez

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Por Redação
Atualização:

Por Alice Tozer

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MADRI (Reuters Life!) - Um especialista norte-americano em arte europeia disse ter descoberto uma pintura do mestre espanhol Diego Velázquez, do século 17, esquecida em uma sala lateral da galeria de arte da Universidade de Yale.

Caso receba a autenticação do Museo del Prado, de Madri, o trabalho poderá valer mais de 8 milhões de libras (12 milhões de dólares). O Museo del Prado abriga hoje quase 50 obras do artista sevilhano, incluindo a obra-prima As Meninas.

A grande pintura, chamada A Educação da Virgem Maria, retrata Santa Ana ensinando a Virgem Maria a ler e está em condições precárias, com a pintura descascando.

"Eu olhava para ele e tinha a torturante sensação de que sabia de quem era. Eu o deixei de lado de novo até que um dia tive o estalo. Devia ser um Velázquez dos primeiros tempos", disse à Reuters por telefone John Marciari, curador de arte europeia do Museu de Arte de San Diego, na Califórnia.

Ex-diretor da galeria de Yale, Marciari publicou os resultados de sua investigação num artigo neste mês da Ars Magazine, publicação sobre coleções de arte que tem sede em Madri.

O próximo passo será exibir a pintura ao lado de outras obras para a avaliação de estudiosos de arte de todo o mundo.

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Especialistas da National Gallery, em Londres, e do Museo del Prado ainda não têm opinião formada.

"É uma notícia interessante, mas não podemos comentá-la até vermos a pintura", disse um porta-voz do Prado.

A pintura provavelmente chegou aos Estados Unidos na virada para o século 19, disse Marciari, mas foi deixada num canto escuro de uma sala fechada.

Apenas em 2003, durante uma reforma em Yale, foi transferida para uma sala melhor e chamou a atenção de Marciari.

A suposição de Marciari, em parte, ocorreu por causa das similaridades entre a pintura e a Imaculada Conceição, de Velázquez.

Um fator que poderá indicar a autoria é que o pintor, durante o período em que ficou em Sevilha, usava azul e amarelo para fazer o verde, e não a tinta verde, para as cortinas.

Marciari acredita que a pintura, a peça de um altar, foi danificada nas inundações de Sevilha em 1626 e colocada de lado até o começo do século 19, quando as obras do mesmo tipo tornaram-se disputadas por ricos viajantes dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Depois, pode ter sido enviada aos EUA.

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