
09 de dezembro de 2011 | 10h34
Um dos craques dessa leva é o Q-Tip, mestre beatmaker (citado entre os melhores de todos os tempos) e rapper de fluxo rítmico impecável, adornado por rimas ecléticas que já falaram sobre vegetarianismo, sexo seguro e viagens de carro. Q-Tip fará parte do Festival Batuque, a ser realizado este fim de semana no Sesc Santo André, com a participação do DJ Prince Paul, outro veterano bamba do hip-hop, além de Criolo, Ogi e Doncesão, titulares do primeiro time do rap brasileiro.
Junto ao não menos brilhante Phife Dawg, Tip foi um dos cabeças do A Tribe Called Quest. O grupo consolidou definitivamente o elo entre o hip-hop e o jazz, produzindo obras-primas prenhes de inventividade e malemolência, como o disco "Low End Theory", de 1992, que explora texturas jazzísticas em parceria com o baixista Ron Carter, parceiro de Miles Davis. Uma breve ouvida em "Check The Rhyme" e nada mais precisa ser dito. O Tribe ainda está na ativa, embora o clima entre Phife e Tip seja tenso.
Mesmo assim, Q-Tip toca uma notável carreira solo que já rendeu pérolas como o disco "The Renaissance", de 2008. "Eu continuo fazendo música como sempre", conta o monossilábico rapper, dono de uma voz tímida, em entrevista à reportagem. Quando a conversa chega no rap de hoje em dia, e se ele ainda vê a música dele como anti-establishment, Q-Tip surpreende ao não ter o discurso ranzinza de praxe: "Há coisas muito boas. ASAP Rocky. Earl Sweatshirt (o membro sumido do coletivo Odd Future) são rappers excelentes. A música de hoje é um desafio para que eu possa seguir meu caminho, desenvolver minha sensibilidade, e realizar a minha visão", conta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Q-TIP - Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar, Santo André). Telefone 4469-1200. Sáb. e dom., 18 h. R$ 8 a R$ 32.
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