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Público já pode ver painéis de Portinari no Memorial

Por AE
Atualização:

Considerados o ponto máximo da universalização da obra do pintor Cândido Portinari (1903-1962), os painéis "Guerra e Paz" estarão disponíveis para a visitação pública a partir de hoje, no Salão dos Atos do Memorial da América Latina. Trata-se de duas obras monumentais, de tinta a óleo sobre madeira, que passaram os últimos 50 anos expostos no hall da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.Tal privilégio só será possível graças a uma reforma no edifício das Nações Unidas, o que permitiu a saída dos painéis. E, novidade ainda melhor, a obra chega a São Paulo totalmente restaurada.Pintados entre 1952 e 1956, os painéis têm dimensão gigantesca e foram criados em partes - cada quadro é formado por 14 pedaços de madeira. Como o hall da ONU é muito iluminado, a obra acabou desbotando, o que exigiu quatro meses de restauro no Rio, trabalho que envolveu 16 profissionais.A guerra é simbolizada pelo sofrimento de uma mãe que perdeu o filho, enquanto a paz é simbolizada pelas cores laranja e amarela, que transmitem sensação de alegria e serenidade.O casal Felipe Tassara e Daniela Thomas foi convidado a assinar a expografia da mostra dos monumentais painéis. "Quisemos criar um ambiente catedralesco", conta Tassara. No salão do Memorial da América Latina onde estão abrigadas as duas pinturas do artista, cada uma delas com cerca de 14 metros de altura, há, entre elas, uma grande tela na qual é projetado um filme multimídia que apresenta detalhes da obra criada por Portinari entre 1955 e 1956.O ambiente, com fachada de vidro, foi vedado para que a projeção crie um "jogo de luz". Além das imagens, um poema de Carlos Drummond de Andrade inspirado na obra é recitado pelo cantor Milton Nascimento.No Memorial há ainda uma mostra de desenhos de Portinari e documentos que tratam da história e criação dos painéis e um espaço que apresenta, de forma multimídia, o trabalho do Projeto Portinari, desenvolvido pelo filho do artista, o engenheiro João Candido Portinari. Segundo ele, o pai utilizou um galpão emprestado pelo empresário Assis Chateaubriand para pintar os painéis. Não foi um trabalho fácil - Portinari foi castigado por um calor que, no auge, aproximava-se dos 40°C. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo."Guerra e Paz" - Salão de Atos, Memorial da América Latina (Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo). De terça-feira a domingo, das 9h às 18h, até 21 de abril. Grátis.

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