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Próximo domingo, meus caros amigos

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Por Redação
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Depois do primeiro volume da Grande Discoteca Brasileira Estadão, Tropicália ou Panis et Circenses, que chega hoje às bancas, no próximo domingo é a vez de Meus Caros Amigos, de Chico Buarque. Como todos os 25 discos que integram a coleção, o álbum será acompanhado de um livreto de cerca de 60 páginas, com informações sobre a carreira do artista, o contexto cultural, político e social do período e discografia relacionada.Lançado em 1976 pela Phonogram/Philips, dez anos após o primeiro disco de Chico Buarque, Meus Caros Amigos pode ser apontado - embora essa seja uma tarefa inglória diante da discografia tão vasta e brilhante do artista - como um dos mais importantes da longeva carreira do compositor. Com produção de Sérgio Carvalho e arranjos de Francis Hime, Pedrinho Albuquerque e Luiz Cláudio Ramos, o álbum tem dez faixas antológicas. Nele, Chico assina alguns temas sozinho, como O Que Será (À Flor da Pele), com a inesquecível interpretação em dueto com Milton Nascimento; Olhos nos Olhos, que estouraria mesmo na voz de Maria Bethânia; Vai Trabalhar, Vagabundo, Corrente e Basta Um Dia, comprovando também seu talento de exímio melodista, além de sua já conhecida genialidade como letrista.Meus Caros Amigos também traz a parceria dele com Ruy Guerra, em Você Vai Me Seguir, densa, apesar da voz branda de Chico neste registro, com coro do MPB-4; e também com o dramaturgo Augusto Boal, em uma das músicas mais fracas, porém mais famosas do disco, Mulheres de Atenas, feita para musical homônimo, dirigido por um Boal que, consensualmente entre os músicos, não entendia quase nada de música.O destaque do álbum fica por conta mesmo dos temas feitos com Francis Hime, a quem Chico, inegavelmente, deve muito de seu sucesso. Só para se ter uma ideia, o mesmo disco consegue reunir três das joias mais belas da dupla: A Noiva da Cidade, Passaredo e Meu Caro Amigo, que inspirou o título do disco, com o clássico recado de um "exilado" que manda notícias a um Brasil tomado pela ignorância do regime militar. Sem contar a participação de um time de músicos de primeira linha, como Altamiro Carrilho (flauta), Luisão Maia (baixo), Joel Nascimento (bandolim), Dino 7 Cordas (violão sete cordas), Alceu Maia (cavaquinho), Paulinho Braga (percussão), Luiz Cláudio Ramos (violão) e o próprio Francis (piano).

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