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Prossegue novela da disputa pelo dicionário Aurélio

Justiça manda lacrar 21 mil exemplares do minidicionário Aurélio, agora editado pela Positivo, em Curitiba, por não conter o crédito aos co-autores da obra

Por Agencia Estado
Atualização:

Vinte e um mil exemplares do minidicionário Aurélio foram lacrados pela Justiça anteontem na gráfica da editora Positivo, em Curitiba (Paraná). A apreensão foi autorizada pelo desembargador Eraclés Messias, do Tribunal de Justiça do Paraná, que aceitou um pedido de tutela antecipada da J.E.M.M. Editores Ltda, do Rio de Janeiro. Os dois sócios da J.E.M.M., Joaquim Campelo Marques e Elza Tavares Ferreira, participaram da criação do dicionário Aurélio e decidiram entrar na Justiça porque não foram citados como co-autores no expediente do minidicionário, o único da linha Aurélio editado até agora pela Positivo. No ano passado, quando o contrato com a Nova Fronteira expirou, a viúva do tradutor Aurélio Buarque de Holanda, Marina Baird Ferreira, decidiu trocar de editora. Embora tenha 2% dos direitos autorais de toda a linha Aurélio, a J.E.M.M. não foi consultada. ?Aguardei para ver o que aconteceria. Quando o minidicionário saiu sem os nossos nomes, resolvi ir atrás dos meus direitos?, disse ontem Marques, que é jornalista e trabalha na Conselho Editorial do Senado. Desapontado com o episódio, Marques ressaltou que participou ativamente de todo o processo de criação do Aurélio, lançado em 1975, e que, por isso, não abre mão de ter seu nome no expediente. "Conheci o Aurélio em 1956, quando ele era meu professor na Escola de Administração Pública. Depois, fui trabalhar com ele. Tenho todo o direito de figurar como co-autor pois estou vinculado à obra, até com dinheiro?, observou. O Estado ligou para a casa de Marina Baird, mas ela mandou informar que não poderia atender a reportagem porque estava em reunião.

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