PUBLICIDADE

Projetos reforçam união e modernidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O muro de Berlim já caiu há mais de 10 anos, mas ainda é o concreto que dá fama à cidade. Agora, no entanto, os investimentos visam a fixar a idéia de união e modernidade. Só nos projetos que estarão expostos em São Paulo foram investidos mais de R$ 1,1 bilhão. As novas construções combinam meio ambiente, praticidade, estética, estilo e conceitos. O Museu Judaico Desde o início dos anos 70 cogitava-se a criação de um museu judaico em Berlim. No entanto, apenas em 1993 o arquiteto Daneil Libeskind aproveitou a área de 15 mil metros quadrados para colocar a idéia em prática. O prédio foi construído repleto de simbolismos. Já na planta encontra-se a estrela de Davi. A entrada só é possível por um túnel subterrâneo, e a forma inclinada dá certa sensação de desorientação. Na torre do holocausto o interior é vazio. Paredes altas, ruídos e a escassa iluminação remetem aos possíveis sentimentos dos prisioneiros dos campos de concentração. Cinco poços, inacessíveis aos visitantes, simbolizam o vazio daqueles que foram assassinados e expulsos de Berlim. Aberto em 1999, o prédio só pode ser visitado em ocasiões especiais e, mesmo assim, atrai mais pessoas do que outros importantes museus. Oficialmente, só será inaugurado em setembro. O fim das estações fantasmas Durante a existência do muro, muitas linhas de trem que ligavam o lado leste e oeste ficaram abandonadas. No lugar destas estações fantasmas, a cidade agora abrigará uma das mais modernas estações ferroviárias do mundo. Pela primeira vez num mesmo local poderão cruzar trens rápidos vindo dos quatro pontos cardeais. A Estação Ferroviária Lehrter (Lehrter Bahnhof) ocupa 61 mil metros quadrados e receberá diariamente 250 mil pessoas a partir de 2010. A obra, dos arquitetos von Gerkan, Marg & Partner, começou em 96. Ícone da modernização Abusando de vidros e efeitos luminosos o arquiteto Helmut Jahn transformou 132 mil metros quadrados num ponto estratégico da capital alemã em um dos prédios mais modernos, o Sony Center. Em estilo ?high-tech?, com ângulos pontiagudos, a construção atrai diariamente muitos visitantes que desfrutam também de cinemas e cafés nos arredores. Formando um dos complexos mais importantes e exigentes de Berlim, a Postdamer Platz, famosa no passado por seus cabarés, cervejarias e hotéis, abriga também a Debis (filial da Daimler-Benz). Ao lado da Sony, a companhia construiu sua central européia. Entre 1994 e 99, o local constituiu-se no maior canteiro de obras de Berlim, já que o orçamento de cerca de R$ 500 milhões garantiu a ocupação de mais de 45 mil metros quadrados e a conservação, não apenas de prédios históricos, como de antigas árvores da rua Postdamer. Preservação O desafio dos arquitetos Matthias Sauerbruch e Louisa Hutton foi construir um complexo de edifícios modernos no centro de Berlim sem romper com as características de alguns prédios anteriores à guerra. Assim nasceu uma nova área para escritórios em estilo arrojado, porém, compatíveis com os monumentos dos arredores. O conceito ecológico impregnado permite a redução do consumo de 40 % de energia, já que as fachadas se projetam estrategicamente para o sol. Pode-se controlar o aquecimento das salas por meio de uma proteção solar móvel. Os quebra-ventos de metal colorido variam de tons, propiciando sempre uma imagem diferente do prédio. Este complexo foi erguido em 30 mil metros quadrados, de 95 a 98. Criatividade a serviço do esporte O arquiteto Dominique Perrault realizou a edificação do Ginásio Esportivo de Natação e Ciclismo de 1993 a 1998. Concebeu um dos maiores complexos esportivos da Europa como um oásis verde em um terreno de 10 hectares, com a maior parte do prédio (17 metros) abaixo da terra. Tecnologia e criatividade não páram por aí. Chega-se aos trampolins, por exemplo, em elevadores de vidro. Há 4,2 mil assentos ao redor da piscina para que os espectadores consigam enxergar o que acontece dentro da água. Ciência Com R$ 60 milhões, os arquitetos Matthias Sauerbruch e Louisa Hutton realizaram entre junho de 96 e março de 98 um parque de tecnologia instalado em uma área de 11 mil x 6.500 metros quadrados, no bairro de Adlershof. Entre outras instituições, lá está o Centro de Inovação para ótica, ótica eletrônica e técnicas em laser. Recentemente, foi desenvolvido novo método a laser para detectar câncer de pele. A área escolhida já foi palco de outras importantes descobertas com a fundação da Associação das Instituições Alemãs de Experimentos para a Aviação, sugerida em 1912 por Graf von Zeppelin, o inventor do célebre dirigível. Lá, em segredo, produziram-se diversos armamentos durante a Segunda Guerra Mundial. Foi também ali que a Academia Alemã de Ciência fixou-se em 1945, priorizando pesquisas no campo da física. O centro do poder Um projeto de cerca de R$ 1 bilhão, O Spreebogen (curva do rio Spree) está para os alemães assim como a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, está para os brasileiros. Ali concentram-se o Parlamento e o Conselho Federal. O rio berlinense com sua traçado ondulado é cercado por monumentos e construções históricas, incluindo o Portão de Brandenburgo. O arquiteto Alex Schultes propôs unir as instituições em uma ?faixa? que corta o rio duas vezes e conecta as metades, antigamente divididas. Assim, a imagem do parlamento é a de um bloco uniforme. Na margem do lado leste do Spree passava o muro. Uma ponte para pedestres permite visualizar o fim desta divisão. Site simula passeio de barco Além de informações sobre a cidade, o site www.berlin.de/stadt-am-wasser proporciona um ?tour? de barco por Berlim. Para fazê-lo, é necessário executar um programa específico que pode ser encontrado no próprio site. Endereços de hotéis, pontos turísticos e até o mapa também estão na Internet. O site é uma das atrações high-tech da mostra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.