Projeto surgiu na década de 70

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Por Agencia Estado
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O projeto Anthology começou com Neil Aspinall, amigo de Pete Best, primeiro baterista dos Beatles, que levava os músicos em sua van nas turnês pelas cidades britânicas, no começo dos anos 60. Hoje é o principal executivo da Apple. Foi ele quem costurou as pendências e questões autorais entre os três beatles remanescentes e a viúva de John Lennon, a artista plástica Yoko Ono, para a elaboração do Anthology, que incluiu o pacote de oito vídeos e os três CDs duplos com material inédito que jazia nos arquivos da gravadora na Abbey Road. A idéia surgiu ainda na década de 70, alguns anos depois da separação da banda, com o título provisório de Long and Winding Road. ?Custou muito porque tivemos que resolver problemas do grupo e de cada um em particular. Mas valeu a pena?, disse Aspinall, na semana passada, em Londres. O Anthology, entretanto, não colocou freios nas edições piratas de discos dos Beatles que continuam saindo em todo o mundo. A bibliografia sobre os Beatles, segundo pesquisa realizada pelo Chicago Sun Times, na semana passada, revelou a existência de 473 livros, sendo alguns deles duplicatas em edição de capa dura e bolso. Para o jornal, até o lançamento do Anthology os cinco mais completos livros sobre os Beatles, por ordem, são The Beatles: Recording Sessions, de Mark Lewinsohn; Revolution in the Head: The Beatles Records and the Sixties, de Ian MacDonald, e Beatles Forever, de Nicholas Schaffner, considerada a melhor biografia já escrita sobre a maior banda pop de todos os tempos; The Love You Make, outra biografia, por Peter Brown e Steven Gaines, e The Day John Met Paul: An Hour-by-Hour Account of How the Beatles Began, by Jim O?Donnell. A edição do Anthology foi a mais objetiva possível. Cada um dos beatles, mais Neil Aspinall e George Martin, depõem sobre os diversos temas e assuntos levantados desde a criação do grupo, a vida em Liverpool, as influências, a experiência em Hamburgo, as viagens, as gravações, mitos sobre algumas composições, a história do boato sobre a morte de Paul, drogas, brigas, as mulheres, meditação hindu, boas e más lembranças e a separação definitiva, em abril de 1970, quando Paul McCartney, em um lacônico comunicado, anunciou que não pertencia mais ao conjunto. Yoko Ono abriu os arquivos de John Lennon, assassinado em 1980, para completar os depoimentos. Vladimir Dantas, beatlemaníaco e dono da Blackbird, conseguiu diversos trechos do Anthology por meio de fã-clubes europeus e norte-americanos e concluiu que o livro aprofunda diversos temas levantados nas entrevistas para a série de vídeos. ?O tema das drogas, por exemplo, que marcou profundamente o grupo, foi mencionado de leve nos vídeos. Já no livro, os comentários são mais completos?, diz. Dantas destaca ainda trechos sobre a presença dos Beatles em Hamburgo, a briga com a família Marcos durante a apresenção em Manilla, nas Filipinas, e detalhes sobre as desavenças que levaram ao fim dos Beatles. ?Eles procuraram lembrar o maior número de fatos e discutiram o assunto com isenção. É um livro que todo fã e todos os interessados na cultura pop da década de 60 vão ler com prazer?, diz. O público brasileiro, por enquanto, terá de se contentar com a edição original do livro. Não há previsão do lançamento de uma tradução. A Editora DBA, responsável pela tradução da biografia de Paul McCartney ? Many Years From Now ?, desistiu de publicar a obra no Brasil por causa do custo dos direitos autorais.

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