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Projeto leva dança ao interior do Brasil

Pelo Circuito 1, 2, 3, coreografias contemporâneas para solos, duos e trios vão circular por Araraquara (SP), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS)

Por Agencia Estado
Atualização:

O Circuito 1, 2, 3 nasceu com o propósito de levar a dança contemporânea, em forma de solos, duos e trios, para fora das capitais. As cidades de Araraquara, Caxias do Sul e Uberlândia foram contempladas com 12 meses de programação que inclui apresentação de espetáculos, workshops e conversas com os artistas. Em pauta estarão as dificuldades de assimilação dos trabalhos apresentados, um passo para a formação de platéia. O projeto foi selecionado pelo programa Petrobras Artes Cênicas e ocorrerá em duas etapas. "Tudo começou quando artistas ligados à dança contemporânea realizaram um encontro em São Paulo para discutir a descentralização nacional dos produtos artísticos", diz a diretora artística da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, Sigrid Nora. O grupo formado por talentos como Vera Sala, Helena Bastos, Margot Assis, Luciana Gontijo, Patricia Werneck, Gilsamara Moura, entre outros nomes, realizou uma série de reuniões para discutir a melhor maneira de levar espetáculos ao interior. Para definir os locais, os envolvidos consideraram a infra-estrutura e possíveis parcerias com prefeituras. "A idéia é mobilizar as cidades como um todo e atrair o maior número de entidades possível." O critério para a escolha de Araraquara, Caxias do Sul e Uberlândia seguiu essa lógica. As três cidades têm festivais de dança, companhias estruturadas, com produção regular, além de centros de formação em dança e teatros. "O apoio das prefeituras, dos teatros, as parcerias com redes de hotéis, entre outros estabelecimentos, reduziu o custo da circulação, fato que favoreceu as escolhas e viabilizou o projeto." O segundo aspecto definido pelo grupo foi o formato de solos, duos e trios. "Essa é uma forma de as pessoas conhecerem as diversas possibilidades que a dança contemporânea oferece, abre espaço para o público pensar em outras formas de se produzir um espetáculo", comenta Gilsamara. Uma das marcas do Circuito 1, 2, 3 está na continuidade, por essa razão será realizado em duas etapas, a primeira de agosto a novembro e a segunda ocorrerá no período de março a junho. Em agosto, o destaque da programação ficou por conta das coreografias O Homem de Jasmin, de Marta Soares, e Antologia, de Ney Moraes. Marta inspirou-se no livro homônimo da escritora alemã Unica Zurn. Em cena, as crises mentais e o corpo fragmentado. Antologia, coreografia da Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, reúne quatro trechos de poemas. "São seqüências que podem ser apresentadas juntas ou separadas e possuem a mesma temática, inspirada em uma frase de Mário Quintana, que representa as relações entre passado, presente e futuro", diz a diretora da companhia. Marcos Bragato discute com o público e demais interessados o formato escolhido. Em setembro, no sábado e domingo, a companhia Wlap apresenta Lar, Doce Lar e Sonhos Quebrados e Vera Sala leva ao palco Corpos Ilhados. A programação conta com debates, no sábado, mediados pela pesquisadora Rosa Hércules. Todas as atividades são gratuitas, basta levar um quilo de alimento não perecível. Em novembro, Ursa Maior, de Gilsamara Moura, e Cães, do Grupo Musicanoar. Os espetáculos circularão pelas três cidades. "Quando terminarmos o primeiro ciclo, retomaremos para que todos os espetáculos e palestras sejam realizados em todas as cidades. Não acreditamos em um evento isolado, é importante a troca de informação. O retorno é uma oportunidade de discutir assuntos que não ficaram claros", diz Sigrid.

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