Enquanto a prefeita discutiu bastante o surgimento da Fundação Teatro Municipal de São Paulo, há quem implore por ainda menos influência de iniciativa privada na instituição, como Cláudia Toni (atual diretora da Sinfônica do Estado e ex-diretora dos Corpos Estáveis do Municipal). Como deve ficar esse impasse? Marco Aurélio Garcia - A Marta não pretende privatizar o Municipal. Isso não está em discussão. É essa nossa política de ação. Mas ao mesmo tempo quero dar agilidade e qualidade ao Municipal. Qualidade significa fazer com que ele esteja mais adequado às demandas das atuais apresentações, e que seus corpos estáveis tenham uma qualidade progressiva. Portanto, a fundação ainda vai ser examinada. Até porque a cidade hoje está se acostumando com uma grande orquestra, que é a Estadual, e não podemos nos curvar a isso. O Parque do Ibirapuera tem sido usado de maneira indiscriminada nas últimas gestões. Ele abrigou o Prodam, e ainda realiza eventos comerciais na Bienal, o que é ilegal (o parque não pode ser usado para fins econômicos). Como o sr. vê esses problemas e outros trâmites polêmicos, como a cessão da Oca à Associação Brasil +500? Nós vamos examinar toda parte jurídica, e a partir daí vamos fazer o que seja legal e do interesse do município. Não tenho condições de adiantar hoje mais do que isso, pois é um problema bastante polêmico também. A Prefeitura pretende disponibilizar o grande e pouco conhecido acervo de obras visuais que possui? Outro dia, enquanto conversava com (Carlos Augusto) Calil, ele me chamava atenção para o fato que uma das coisas cujo modelo deveria ser realmente mudado na nova gestão era a utilização da reserva técnica. É difícil muitas vezes disponibilizar tudo, pois temos problemas de espaço, catalogação, etc. Mas é muito injusto quando você não o faz. Temos que criar um esquema, seja pela criação de espaços ou de automativos como você sugeria, para tornar disponível ainda mais os nossos acervos.