PUBLICIDADE

'Príncipe do Samba' celebra 70 anos de carreira em SP

Por AE
Atualização:

A nobreza gingada de um cantor parece ter driblado a ação do tempo sobre a sua voz. Aos 88 anos, 70 dedicados à música, Roberto Napoleão Silva, o ''Príncipe do Samba'', mantém a requintada potência das cordas vocais. Tido como uma mistura da elegância de Orlando Silva com a bossa de Cyro Monteiro, Roberto Silva comemora as sete décadas de cantoria sincopada em apresentação única no Sesc Pompéia, amanhã, em São Paulo. Elogiado como uma das grandes vozes brasileiras por João Gilberto e Caetano Veloso, Roberto Silva começou a carreira no fim dos anos 1930 na Rádio Guanabara. Nas duas décadas seguintes ele se tornou um dos intérpretes mais populares do rádio. Nos anos 1960, foi um dos grandes vendedores de discos (gravou centenas deles em 78 rotações pela gravadora Copacabana, incorporada pela EMI). É do fim dos anos 1950 o lançamento do primeiro elepê da série ''Descendo o Morro'', composta por quatro volumes, e gravado com o grupo formado por Altamiro Carrilho (flauta), Raul Barros (trombone), Dino Sete Cordas (violão), Meira (6 cordas) e Canhoto (cavaco). O cantor carioca emprestou a voz elegante a sambas clássicos de Geraldo Pereira (Escurinha e Falsa Baiana), Wilson Batista (Emília e A Mulher de Seu Oscar), Nelson Cavaquinho (Notícia e Rugas), Blecaute (Lágrimas), Paulo Vanzolini (Volta Por Cima), Ataulfo Alves (Bonde São Januário e Meu Pranto Ninguém Vê), entre outros. Imprimiu o ritmo sincopado à interpretação de Juracy (Antônio Almeida e Cyro de Souza). ''Desde o dia em que eu te vi Juracy/ Nunca mais tive alegria/ Meu coração ficou daquele jeito/ Dando pinote dentro do meu peito.'' No repertório do show de amanhã, ele vai cantar, entre outras, Palpite Infeliz (Noel Rosa), Leva o Meu Samba (Ataulfo Alves), A Voz do Morro (Zé Ketti), Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo Roberto Silva. Choperia do Sesc Pompéia (800 lugs.). Rua Clélia, 93, São Paulo. Tel. (011) 3871-7700. Sáb., às 21 h. R$ 4 a R$ 16.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.