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Prêmio Multicultural Estadão será entregue amanhã

Os quatro vencedores da edição 2002 do prêmio receberão troféu assinado por Sandra Cinto em festa na Cinemateca Brasileira. Os demais indicados levarão troféu criado por Márcia Pastore

Por Agencia Estado
Atualização:

Os quatro vencedores do Prêmio Multicultural Estadão 2002 receberão seus troféus amanhã, em evento que será realizado às 20h30, somente para convidados, na Cinemateca Brasileira. O grupo de teatro mineiro Galpão, o ator e diretor Antônio Abujamra, o músico Jards Macalé e o Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife - na categoria fomentador cultural -, foram os escolhidos por um colégio eleitoral composto por 6 mil artistas, intelectuais e formadores de opinião. Para os vencedores, serão entregues os troféus criados especialmente pela artista plástica Sandra Cinto. Já todos os outros criadores e institutos que foram indicados para essa sexta edição do prêmio - uma iniciativa do jornal O Estado de S. Paulo com patrocínio da empresa Serasa S.A. - receberão o troféu realizado pela artista Márcia Pastore. Além dos indicados deste ano na categoria criadores - o ator Paulo César Pereio; a coreógrafa Angel Viana; o crítico de cinema Ismail Xavier, os artistas plásticos Artur Barrio e Abraham Palatnik; o videoartista Eder Santos; e o DJ Dolores - e na categoria fomentadores culturais - o Fundo Nacional de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre (Fumproarte); o Fórum Internacional de Dança (FID); e o VideoBrasil, Festival Internacional de Arte Eletrônica -, também serão contemplados com o troféu feito por Márcia Pastore os indicados de todas as outras cinco edições do Prêmio Multicultural Estadão. A curadoria dos troféus desse sexto prêmio é assinada pelo atual diretor da Pinacoteca, Marcelo Araújo. A artista plástica Sandra Cinto criou um troféu que é uma esfera de mármore em uma base de madeira com desenhos que são incisões na pedra feitas com ponta de diamante. A primeira idéia era colocar pó de grafite sobre os traços - ficaria a esfera branca com desenhos bem finos em preto, mas, no final, a artista preferiu não usar o grafite. "Agora, conforme a luz bate na pedra há a possibilidade de ver o desenho", diz Sandra, completando que é interessante girar a peça para perceber os traços. Se os riscos fossem firmados com o pó de grafite, como era a proposta anterior da artista, seria como se o desenho estivesse muito bem demarcado. Mas, depois, Sandra achou que a idéia ficaria melhor se o desenho dependesse da luz, da sombra, ficando escondido, tornando a obra silenciosa como o trabalho dos artistas, que foi se demarcando durante muito tempo. O mármore foi escolhido justamente para remeter a essa idéia de pedra lapidada, como uma metáfora para a trajetória dos premiados. A esfera está relacionada com a forma do mundo redondo, da Lua, e de tantas outras possibilidades. E as linhas, gravadas pela artista, simbolizam um percurso das pessoas premiadas, criadores que "deixam marca com o que fazem", conta Sandra. Outra idéia presente no troféu é que a esfera parece estar em repouso sobre a base de madeira apesar de o mármore ser um material pesado. Há um sentido de leveza. Mas, ao mesmo tempo, como a artista colocou a esfera bem no canto da base, dá-se a impressão de que a pedra redonda está a ponto de ser lançada, parece que a esfera pode rolar a qualquer momento. Exclusividade - Cada troféu é uma obra única já que Sandra Cinto fez um desenho diferente em cada um deles. Foi um trabalho de gravação mesmo, pensado não como troféu, mas como escultura. A artista conta com entusiasmo que foi um exercício interessante ficar olhando cada desenho depois de pronto e escolher qual das peças se relacionava mais com cada um dos premiados. Qual desenho remeteria à música "inventiva, irrequieta e irreverente" de Jards Macalé? Hoje reconhecido como um dos mais importantes violonistas do Brasil, Jards Macalé começou sua carreira em 1965 quando substituiu o violonista Roberto Nascimento no Grupo Opinião. Desde então fez direção musical de espetáculos, tornou-se importante instrumentista e compositor, foi gravado por grandes nomes da MPB e fez, também, trilhas de filmes como Macunaíma e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, além de músicas para espetáculos de teatro. Ao mesmo tempo, qual dos desenhos de Sandra Cinto caberia melhor ao ator e diretor Antônio Abujamra, "70 anos de idade, 52 de profissão e 118 peças dirigidas"? Atualmente Abujamra comanda o programa Provocações, da TV Cultura. Alcançou uma grande popularidade fazendo o bruxo Havengar na novela Que Rei Sou Eu?, da Globo. Mas interessa muito sua trajetória no teatro. Recentemente realizou duas grandes produções: Chuva de Bala no País de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que conta a história de como a cidade resistiu a Lampião e seu bando há 75 anos, e uma adaptação de Hamlet, no Rio, com 19 atores negros. E, por fim, o grupo Galpão, companhia mineira que começou sua trajetória há 20 anos atuando nas ruas de Belo Horizonte. O grupo é formado somente por atores, sem a liderança de um diretor e sua projeção, até mesmo internacional, ocorreu com a montagem de Romeu e Julieta. Os três premiados na categoria criadores também receberão R$ 30 mil cada um. O Instituto de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, que incentiva as áreas de cinema, artes plásticas, artes cênicas e editoração em ciências humanas e sociais, no Nordeste, receberá o troféu de Sandra Cinto. Já para os outros indicados - deste ano e dos outros - a artista Márcia Pastore está fazendo uma edição de 72 troféus. São esculturas em bronze pintadas com tinta automotiva branca sobre uma placa branca de acrílico. O excesso de branco é um dos pontos pensados pela artista - "a cor saturada faz com que as pessoas levem tempo para enxergar direito a peça", diz a artista completando que queria explorar o mistério da cor. O conceito do troféu feito por Márcia está relacionado com toda a sua pesquisa desenvolvida em sua carreira já que é uma moldagem que traz o espaço entre dois corpos - nesse caso, o espaço entre a mão e um plano. "É um espaço que pode conter qualquer coisa". A memória, a passagem de todos os indicados para o Prêmio, suas trajetórias. 6.º Prêmio Multicultural Estadão 2002. Hoje, a partir das 20h30. Cinemateca Brasileira. Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino. O evento será aberto apenas para convidados. Patrocínio: Serasa S.A.

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