Preços recordes por diamantes geram receio de especulação

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Por DAVID BROUGH
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O aumento da demanda por diamantes de alta qualidade elevou os preços a um nível recorde, mas os investimentos nas pedras podem falhar se a turbulência econômica levar o mercado a ser inundado por especuladores. O crescimento econômico global e a desvalorização acelerada do dólar vêm elevando os preços das commodities -- entre elas os diamantes raros lapidados -- a recordes históricos nos últimos meses. O analista e empreendedor Martin Rapaport, que dirige uma rede eletrônica de comércio atacadista de diamantes lapidados, lançou um aviso sombrio sobre os perigos da especulação de preços praticada por vendedores de diamantes, conhecidos como "diamantaires". "Muitos diamantaires, tendo perdido a confiança no dólar e prevendo o aumento dos preços dos diamantes devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, agora preferem mais guardar diamantes que dólares", disse Rapaport em seu serviço de notícias sobre o setor dos diamantes. "Os preços altos causados pela especulação interna do setor não são sustentáveis e podem resultar em prejuízos financeiros consideráveis", disse ele. "Se uma parcela significativa do preço for baseada nas especulações internas do setor, prevendo que os preços continuem a subir, então mesmo uma queda ligeira no curto prazo será capaz de provocar um colapso." A demanda crescente pelos diamantes mais magníficos do mundo elevou os preços a recordes históricos. Rapaport disse à Reuters que um diamante "D", de dez quilates e sem falhas, hoje seria vendido no atacado por cerca de 155 mil dólares por quilate, contra cerca de 110 mil dez anos atrás. O crescimento acelerado de economias emergentes como China, Índia e os Estados do Golfo Pérsico multiplicou o número de multimilionários, muitos dos quais se dispõem a pagar cada vez mais por jóias fabulosas e pedras preciosas raras. Um diamante raríssimo de 72,22 quilates irá a leilão em abril em Hong Kong, com a previsão de render até 13 milhões de dólares. Seriam 180.005 dólares por quilate, o que faria do diamante o mais caro já vendido na Ásia. Em novembro, a Sotheby's vendeu um grande diamante branco sem falhas, de 84,37 quilates, por quase 18,2 milhões de francos suíços (16,21 milhões de dólares) ao fundador da Guess Jeans, George Marciano, que o batizou de "Diamante Chloe" em homenagem a sua filha.

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