Polanski pode optar por enfrentar justiça dos EUA

O cineasta é procurado nesse país por uma acusação de crime sexual cometido em 1977

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Por Redação
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O diretor de cinema Roman Polanski, que está preso na Suíça, pode decidir enfrentar a justiça nos Estados Unidos, onde é procurado por uma acusação de crime sexual cometido em 1977, para evitar procedimentos prolongados de extradição, disse um de seus advogados nesta quarta-feira. O cineasta premiado com o Oscar foi preso na Suíça em 26 de setembro para fins de extradição por sua acusação sexual. Um tribunal suíço rejeitou na terça-feira seu pedido de libertação sob fiança, dizendo que seria grande o risco de ele fugir. "Se o sistema de Justiça suíço não levar em consideração os argumentos contrários à extradição, podemos estar indo no rumo dela", disse o advogado Georges Kiejman na rádio francesa Europe 1. "Se o procedimento se arrastar, não é impossível que Roman Polanski possa optar por ir explicar-se nos Estados Unidos, onde há alguns argumentos em seu favor", disse ele. As autoridades norte-americanas têm até o final de novembro para formular um pedido inequívoco de extradição. Fontes judiciais disseram que, se Polanski o contestar, o processo poderá levar anos. Polanski, de 76 anos, tem cidadania dupla, francesa e polonesa. As autoridades suíças o detiveram a pedido dos Estados Unidos quando ele viajou a Zurique para receber em um festival de cinema um prêmio pelo conjunto de sua obra. Em 1977 ele se confessou culpado de fazer sexo com uma menina de 13 anos e passou 42 dias na prisão, sendo submetido a exames psiquiátricos. Mas em 1978 ele fugiu dos Estados Unidos antes de ser sentenciado, temendo que o juiz passasse por cima do acordo judicial que fechara -- pelo qual se confessou culpado e previa ser libertado após os 42 dias de prisão já cumpridos -- e pudesse sentenciá-lo a 50 anos de prisão. Polanski, que fez sucesso nas bilheterias norte-americanas com seus filmes "O Bebê de Rosemary" e "Chinatown", teve uma carreira de sucesso na Europa e recebeu um Oscar de melhor diretor por seu filme de 2002 "O Pianista", sobre o Holocausto. Ao rejeitar seu pedido de liberdade sob fiança, a corte suíça disse que Polanski teria motivação forte para fugir, já que uma possível sentença de prisão nos Estados Unidos significará uma separação dolorosa de sua mulher francesa e dos dois filhos deles, de 11 e 16 anos de idade. A corte também disse que Polanski possui meios financeiros que lhe permitiriam fugir.

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