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A jornalista Luciana Garbin traz foco para as questões femininas na sociedade atual

Opinião|Planejando fazer balanço? Que tal já antecipar o de 2022?

Ter claro quem você é e planejar quem quer se tornar pode te ajudar em escolhas mais conscientes

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É quase obrigação. Além de ceia de Natal, presentes e Papai Noel, fim de ano é tempo de balanço. Mas e se 2021 foi difícil e turbulento? Melhor tentar esquecê-lo e partir logo para 2022?

Segundo pesquisa divulgada neste ano na Suíça, a resposta é não. Ao investigarem como as pessoas podem fortalecer sua resiliência, pesquisadores de Nova York, do Departamento de Psicologia e do Hospital Universitário de Psiquiatria de Zurique concluíram que refletir sobre como superamos desafios pessoais no passado pode nos ajudar a processar melhor experiências negativas do presente.

Refletir sobre como superamos desafios pessoais no passado pode ajudar a processar experiências negativas do presente. Foto: Pixabay

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Fatores como positividade, otimismo, equilíbrio, habilidade de resolver problemas e suporte social influenciam na capacidade de recuperação de eventos estressantes. Mas o estudo apontou um elemento-chave para a resiliência: a autoeficácia, ou crença de que a força pessoal faz, sim, diferença para superar perrengues.

Os 75 participantes da pesquisa tinham em comum o fato de carregarem memórias angustiantes. Foram então separados em dois grupos. O primeiro foi convidado a lembrar de um fato positivo, como um dia perto da natureza ou um encontro divertido. O segundo, a resgatar uma situação em que se sentiram autoeficazes, seja numa conversa bem-sucedida ou na aprovação de um exame. Após testes, o estudo mostrou que lembrar de uma situação de sucesso pessoal – a tal da autoeficácia – teve impacto bem maior do que repassar um evento positivo.

Pessoas que resgataram comportamentos autoeficazes acharam mais fácil reavaliar uma situação negativa, a perceberam como menos angustiante e ativaram de maneira diferente regiões do cérebro ligadas à regulação emocional. Ou seja, relembrar – ou incluir em balanços – ocasiões em que fizemos do limão uma limonada pode turbinar nossa resiliência e nos ajudar a lidar com situações de crise.

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Em vez de só ressaltar neste fim de ano a parte infernal de 2021, pense portanto no quanto você foi eficiente – ou autoeficaz – para dar conta dela.

E finalize com outro exercício de futurologia: imagine onde e como você estará daqui a um ano, terminando 2022 e à espera de 2023. Agora dê uma boa analisada no que viu e responda: a cena te agradou? Se sim, maravilha! Se não, pense: o que é possível fazer ao longo de 2022 para mudar esse resultado? E o que você fez no passado que deu certo e pode te fortalecer? Ter claro quem você é e planejar quem quer se tornar, fixando prazo, pode te ajudar em escolhas mais conscientes, foco em prioridades e maior resiliência. Feliz 2022! 

Opinião por Luciana Garbin

Editora no ‘Estadão’, professora na FAAP e mãe de gêmeos.

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