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Pintura de Francis Bacon quebra recorde em leilão da Sotheby's

Quadro 'Triptych, 1976' foi arrematado por cerca de R$ 142,4 milhões em um leilão de arte contemporânea

Por Christopher Michaud e da Reuters
Atualização:

O quadro Triptych, 1976, de Francis Bacon, foi arrematado por US$ 86 milhões (cerca de R$ 142,4 milhões) em um leilão da Sotheby's de arte contemporânea, na quarta-feira, 14, estabelecendo um recorde para arte do pós-guerra e contribuindo para o melhor resultado da casa de leilões em seus quase 300 anos de história. Com um total de US$ 362 milhões (R$ 599, 4 milhões), incluindo comissões, a casa superou até mesmo seus melhores resultados com leilões de arte impressionista e moderna. Foi mais um marco para o mercado de arte contemporânea e do pós-guerra, cuja valorização parece ser constante. Quadro Triptych, 1976, de Francis Bacon. Foto: Efe Foi a segunda noite consecutiva de recordes no mercado, depois de Benefits Supervisor Sleeping, de Lucian Freud, ter alcançado um recorde para trabalhos de um artista vivo, ao ser vendido por US$ 33,64 milhões (R$ 55,7 milhões) pela casa Christie's, na terça-feira. A Sotheby's tinha estimado que a monumental pintura de Bacon em três telas seria vendida por cerca de US$ 70 milhões (R$ 115,9 milhões), mas dois compradores determinados, fazendo lances pelo telefone, elevaram o preço para US$ 86.281.000 (aproximadamente R$ 142,881,337). O leilão, em que 87%  dos 83 lotes à venda encontraram compradores, superou sua estimativa anterior máxima de US$ 357 milhões (R$ 591 milhões), o que deverá silenciar os pessimistas que previam que os leilões da primavera marcariam o início de um processo de correção do mercado. Alguns leiloeiros, falando reservadamente, tinham expressado o receio de que a instabilidade nos mercados financeiros pudesse prejudicar os gastos com belas artes. O recorde anterior para uma obra do irlandês Bacon, morto em 1992, era US$ 52,68 milhões (R$ 87,2 milhões), ocorrido no ano passado. Finalizado em 1976, o tríptico que bateu esse recorde estava na mesma coleção européia desde que foi comprado de uma galeria londrina em 1977. Orange, Red, Yellow, de Mark Rothko, não encontrou comprador, apesar das previsões de que seria arrematado por mais de US$ 35 milhões (R$ 57,9 milhões). Ironicamente, o recorde anterior de arte do pós-guerra ou contemporânea em leilões era de outro trabalho de Rothko - White Center (Yellow, Pink and Lavender on Rose) -, vendido por US$ 72,84 milhões (R$ 120,6 milhões) pela Sotheby's no ano passado. Dezessete outros artistas bateram recordes, incluindo Yves Klein, cujo MG9 foi alvo de uma guerra prolongada de lances, antes de ser arrematado por US$ 23,56 milhões (R$ 39 milhões) - quase três vezes acima da maior estimativa inicial. Robert Rauschenberg, que morreu na Flórida esta semana, também alcançou um recorde de preços, com sua tela Overdrive sendo arrematada por US$ 14,6 milhões (R$ 24,1 milhões). Tom Wesselmann, Lee Krasner, Brice Marden, Piero Manzoni e Takashi Murakami também fixaram recordes. Murakami superou de longe seu recorde anterior, de US$ 2,7 milhões (R$ 4,4 milhões) pagos por um trabalho dele, quando My Lonesome Cowboy foi arrematado por nada menos de US$ 15,16 milhões (R$ 25,1 milhões).

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