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Picasso salva leilão de fiasco

Por Agencia Estado
Atualização:

Os recordes obtidos por um quadro de Pablo Picasso e por uma escultura de Alberto Giacometti salvaram o leilão da Christie´s do fracasso, ontem, em Nova York. Mulher de braços cruzados de Picasso foi arrematada por US$ 55 milhões, o maior valor já pago por uma obra sua e o quinto maior da história da arte. De resto, a noite foi decepcionante: apenas 43 dos 74 lotes oferecidos na sua sede em Nova York foram vendidos. Todo o conjunto de lotes estava avaliado entre US$ 163 milhões e US$ 219 milhões de dólares, mas o total negociado ficou em apenas US$ 143 milhões, grande parte por causa do quadro de Picasso. Mulher de braços cruzados havia sido comprado em 1936 por Chauncey MacCromick, um colecionador de Chicago, e nunca havia trocado de mãos. Este é o motivo do alto preço atingido - o dobro do valor estimado por especialistas - assim como de sua excelente conservação. Os quadros deste período do pintor são raros. A Mulher de braços cruzados foi pintada após o suicídio de um dos melhores amigos de Picasso, Carlos Casagemas, quando o uso do azul passou a dominar suas obras. Outras nove obras dele estavam à venda, entre elas Os Amantes (1932), que estava avaliada entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões e foi vendida por apenas US$ 6,3 milhões, o quarto maior preço da noite. Outra boa surpresa foi a venda de Grande femme debout I, um monumento em bronze de Giacometti vendido por US$ 14,3 milhões de dólares, valor que também supera o recorde do artista, que era de US$ 7,4 milhões. Entre as peças do leilão estava Les peupliers, de Claude Monet, vendido pelo preço mínimo de US$ 7 milhões, e um quadro de Pierre Auguste Renoir que alcaçou apenas US$ 5,7 milhões. No catálogo da Christie´s, Paysage aux trois arbres de Paul Gauguin, lançado por US$ 12 milhões, ficou sem comprador. O mesmo ocorreu com obras importantes como Bords de la Marne, de Paul Cezanne, Pins, cap d´Antibes, de Claude Monet, e Pivoines dans une bouteille, de Edouard Manet. O leiloeiro, Christopher Burge, se diz satisfeito com os recordes mas reconheceu que determinadas obras estavam com um preço muito elevado.

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